postado em 09/02/2013 07:00
Com a ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe C e a melhora da distribuição da renda, o Brasil se tornou um dos maiores mercados consumidores do mundo. Um público que, após saciar o desejo por produtos básicos e bens duráveis, busca, agora, bem-estar e diversão. O brasileiro se tornou frequentador de restaurantes, spas, bares requintados e festas. Apenas no ano passado, segundo dados da Associação dos Profissionais, Serviços para Casamentos e Eventos Sociais (Abrafesta), o segmento de eventos faturou R$ 14 bilhões no país, 16% mais que em 2011. Com toda essa demanda, os preços dos serviços relacionados à diversão dispararam. Alguns consumidores chegam a gastar mais de R$ 5 mil por mês com cuidados pessoais e entretenimento.
Na média, de acordo com dados levantados pelo Correio, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses, a inflação da balada cresceu 9,18%, bem acima da média de 6,15% para todos os preços que compõem o indicador. Tudo ficou mais caro, da cerveja à manicure, até o motel. Segundo especialistas, essa é a fatura a ser paga pelo Brasil do pleno emprego, e também por uma distribuição de renda melhor. ;Estamos, de fato, com o mercado de trabalho aquecido, e os aumentos de salário repercutem sobre a inflação;, explicou Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting. ;Os preços em alta também realimentam a carestia. Se a manicure gasta mais para comer, ou a alimentação fora de casa está mais cara, ela vai repassar esses custos para o que cobra dos clientes;, argumentou.