Economia

Empresários pedem para governo não mudar a Medida Provisória dos portos

Os representantes foram ao Palácio do Planalto demostrar apoio

Rosana Hessel
postado em 18/02/2013 16:07
Representantes de várias entidades empresariais foram hoje ao Palácio do Planalto demonstrar apoio ao governo em relação à Medida Provisória 595, que cria novas regras para o setor portuário e que tramita no Congresso Nacional. A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), revelou que eles ;praticamente imploraram ao governo que não recue; no texto da MP dos Portos, como vem sendo conhecida.

;O que vamos lutar para manter essa posição do governo, que foi corajosa, em enfrentar todo esse sistema atual. Temos aqui que lembrar que santos hoje movimenta 40% de toda a movimentação de contêineres da América do Sul. É claro que essas mudanças trazem preocupações para esses que tem a reserva de mercado;, afirmou Kátia, ao sair da reunião.

A senadora participou da reunião no Planalto com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria de Portos, Leonidas Cristino. Também estiveram presentes os presidentes da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clesio Andrade; da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antonio José Oliveira Santos; da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), Fernando Figueiredo; e da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy.

Em relação às manifestações dos trabalhadores portuários feitas hoje em Santos (SP) ela disse desconhecer o motivo dos protestos e ameaças de greve. ;Isso que me trouxe curiosidade. A medida provisória não altera os direitos dos trabalhadores. Agora, transformar um sistema arcaico e que não funciona para os portos novos e ainda privados é inadimissível. Não temos como concordar com uma posição dessas;, destacou. Segundo ela, quem já está com o seu direito, será mantido. ;Eu não sei contra o quê é essa greve. Eles não estão perdendo os direitos. O que vai acontecer não é o desemprego, mas uma transformação do sistema. O trabalhador sairia do Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra) e iria para a CLT;, completou. Ela lembrou que existe uma emenda na MP para acabar com os Ogmos e igualar o sistema da CLT. ;Um grupo à parte, de 23 mil trabalhadores é regido por um sistema, que, em minha opinião, é uma excrescência mercadológica;, emendou.



O ministro Leonidas Cristino informou que a orientação da presidente Dilma Rousseff em relação à MP dos Portos é sempre escutar. O governo, segundo ele, ouvirá e acatará as ideias de alterações que forem importantes. ;Já escutamos os trabalhadores na semana passada e hoje escutamos os empresários. E vamos continuar ouvindo os trabalhadores. Nós queremos que essa MP seja transformada em lei no sentido de que a gente possa definitivamente melhorar o sistema portuário nacional;, afirmou ele lembrando que a próxima reunião com os sindicatos trabalhistas está marcada para a próxima quinta-feira, dia 21.

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