Economia

Classe C comanda comércio nas favelas e movimenta R$ 56 bilhões por ano

Apesar do comércio local em desenvolvimento, o potencial de consumo das pessoas que vivem nas favelas está ainda inexplorado pelos grandes empreendimentos

Vera Batista
postado em 21/02/2013 07:18
Gonçalves Júnior, morador do Por do Sol, triplicou os ganhos ao abrir uma lanchonete
A qualidade de vida de Júnior Gonçalves, 45 anos, morador do Por do Sol, uma das 36 favelas do Distrito Federal, deu um salto nos últimos dois anos. Ele e a família fazem parte do grupo de 12 milhões de brasileiros que vivem nessas comunidades e, juntos, movimentam R$ 56 bilhões por ano, segundo pesquisa Data Favela, do Instituto Data Popular, lançada ontem. O progresso na renda e no consumo expandiu o comércio local e chamou a atenção do governo, que busca estratégias para apresentar esse público aos grandes empresários.



Júnior é um exemplo do que vem acontecendo. Abriu mão da carteira assinada e do salário fixo de R$ 1,5 mil para se tornar seu próprio patrão. Há oito meses, construiu uma lanchonete ao lado de casa e com o auxílio dos três filhos ; Felipe, 13, Bruno,17, e Lucas, 16 ; e da esposa Luciana Gonçalves, 34, ampliou a renda familiar para R$ 4,5 mil. O negócio possibilitou à família financiar o sonhado veículo, no valor de R$ 31 mil. ;Antigamente era impossível imaginar que eu compraria um carro. O dinheiro era basicamente para sustentar a família. Não sobrava nada;, lembra. O sucesso trouxe também outros confortos. A família ganhou um aparelho de televisão de LCD com 50 polegadas; os filhos finalmente puderam ter a tão requisitada guitarra, além de computador com acesso a internet e video-game.

Apesar do comércio local em desenvolvimento, o potencial de consumo das pessoas que vivem nas favelas está ainda inexplorado pelos grandes empreendimentos

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