Agência France-Presse
postado em 21/02/2013 13:51
Bruxelas - Depois de um alívio em janeiro, a contração da atividade privada se acelerou em fevereiro na Eurozona indo contra todos os prognósticos, o que evidencia um aumento da recessão e faz prever um quarto trimestre consecutivo de crescimento negativo no início de 2013.O índice PMI composto foi de 47,3 pontos em fevereiro, contra 48,6 em janeiro, segundo uma primeira estimativa do índice publicado nesta quinta-feira pela empresa Markit. É pior que o esperado. Os analistas da agência DowJones Newswires previam um PMI de 49 pontos. Quando o índice PMI supera os 50 pontos, significa que a atividade cresce, enquanto que se contrai quando está abaixo deste limite.
"Os resultados de fevereiro são decepcionantes, o índice evidencia que aumenta a recessão no setor privado da zona euro, preâmbulo de uma quarta queda trimestral consecutiva da atividade global da região", avalia Chris Williamson, economista-chefe da consultora Markit.
[SAIBAMAIS]Com exceção de janeiro, mês em que o PMI registrou seu nível mais alto em dez meses, a atividade global não parou de cair nos últimos 18 meses. "Estes dados são uma chamada de atenção da realidade: a melhoria da situação na zona euro é uma história de mercados financeiros, enquanto que a economia real continua passando mal. É preciso muito mais para colocar a zona euro no caminho do crescimento duradouro", afirma Peter Vanden Houte, economista do banco ING.
"A austeridade prolongada, a alta do desemprego e a revalorização do euro têm consequências negativas para a confiança", afirmou, prevendo uma nova contração do PIB no primeiro trimestre de 2013. A taxa de contração da atividade econômica se situará em torno de 0,2% ou 0,3% no primeiro trimestre de 2013, diz Williamson, da Markit, inferior ao do quarto trimestre do ano passado, em que o Produto Interno Bruto se contraiu 0,6%.
As diferenças continuam sendo importantes dentro do tandem franco-alemão: na Alemanha, a atividade global cresceu pelo 3; mês consecutivo, enquanto que se contraiu fortemente na França, onde apresenta seu maior retrocesso mensal desde março de 2009.