Rosana Hessel
postado em 27/02/2013 12:50
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, avisou que o setor financeiro vai ter que se acostumar com margens menores. Para ele, a estratégia do governo de redução dos juros usando os bancos públicos foi acertada. ;Daqui para frente, os ganhos vão ser muito mais no volume do que na margem. Como presidente do conselho de administração do Banco do Brasil eu não podia deixar de fazer essa menção;, afirmou o secretário durante sua apresentação da 40; reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, o Conselhão, hoje, no Palácio do Planalto.Barbosa, que também é ministro interino da Fazenda, afirmou que o cenário de 2013 previsto pelo governo e pelo mercado é positivo, tanto para crescimento da economia quanto para a inflação. ;Temos um quadro favorável de aumento da taxa de crescimento, com redução da inflação e continuação do aumento dos salários; afirmou. Barbosa reconheceu que o aumento dos preços é principal vilão para a expansão da economia. ;Não há crescimento sustentável sem controle da inflação.
[SAIBAMAIS] Por isso, consideramos inflação uma prioridade e ela é compatível com a aceleração do crescimento. É possível fazer as duas coisas;, disse. De acordo com o ministro, os dados preliminares de janeiro já indicam uma recuperação econômica. ;A inflação de alimentos começa a dar sinais de arrefecimento. Todos sabem que o aumento no fim do ano passado se deu por conta do choque nos preços dos alimentos;, afirmou. ;A perspectiva para este ano é que a inflação caia, principalmente, no segundo semestre, como já disse o ministro Alexandre Tombini (presidente do Banco Central);, afirmou.
Enquanto o titular da Fazenda, Guido Mantega, realiza esta semana um road show dos projetos de concessão em infraestrutura no exterior, Barbosa destacou aos empresários presentes à primeira reunião do ano do Conselhão que o governo procurou melhorar as condições para os investidores nesse programa. ;Melhoramos as condições de ferrovias e rodovias. Aumentamos os prazos das concessões em cinco anos e ampliamos os financiamentos. Essas condições resultam em taxa de retorno real de 9,2% a 12,5%, para ferrovias, e de 9% a 15%, para rodovias. Hoje, são poucos os projetos que oferecem uma taxa de retorno dessas no mundo;, afirmou.
De acordo com Barbosa, o desafio do governo é aumentar a demanda e a competitividade. ;Recentemente, há uma contradição na imprensa, dizendo que se tem que apostar em um ou em outro. Essa é uma falsa controvérsia. Você tem que investir nos dois. Teremos R$ 470 bilhões de reais em oportunidades no Brasil nos próximos anos;, afirmou. Ele recordou que o governo direcionou o compulsório bancário para investimentos de longo prazo par que eles possam ser o empréstimo ponte nos projetos de infraestrutura.
;São empréstimos de dois, três anos, que casam bem com os depósitos compulsórios. São várias as etapas a serem realizadas", disse. Segundo ele, no caso das garantias do processo inicial de uma rodovia, por exemplo, quando começar a funcionar, o próprio pedágio dará condições de retorno desse investimento. O secretário ainda destacou que, entre as medidas de desonerações em curso, o governo estuda a reforma da PIS-Cofins. ;É um ganho para as empresas e para a Receita Federal;, disse.