Economia

Presidente do Ipea diz que mercado de trabalho beneficia agora os excluídos

Do outro lado, o presidente explicou que cresce menos a renda do trabalho de %u201Cgrupos incluídos%u201D, dentre eles, homens brancos, com alta escolaridade, que moram no Sudeste

postado em 04/03/2013 18:16
Rio de Janeiro - O mercado de trabalho tem sido importante motor da queda da desigualdade de renda no país. O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, disse nesta segunda-feira (4/3) que, nos últimos anos, a população excluída vem ganhando mais.

;O mercado de trabalho continua movimentando a redução da desigualdade. Aqueles de menor educação, em regiões mais pobres, aqueles que moram em periferia, negros, mulheres, segmentos tradicionalmente excluídos, têm tido um desempenho melhor;, disse Neri, após divulgação do Boletim Mercado de Trabalho, Conjuntura e Análise, no Rio.

Do outro lado, o presidente do Ipea explicou que cresce menos a renda do trabalho de ;grupos incluídos;, dentre eles, homens brancos, com alta escolaridade, que moram no Sudeste.

Ainda de acordo com Neri, o emprego é o que diferencia o Brasil das economias europeias. Embora o Produto Interno Bruto (PIB) dos países sejam semelhantes, aqui, o mercado de trabalho comemora queda da informalidade e da taxa de desocupação, além de aumento da renda.

Segundo ele, a situação é um "paradoxo", mas evidencia que o desempenho do trabalho brasileiro é melhor que o da produção. Enquanto a renda do trabalho cresce de 3% ao ano, cita, o PIB cresce 0,9%. ;O fato é que, o se o PIB é um bom retrato do Brasil, o mercado de trabalho é um bom retrato brasileiro, ou seja, os brasileiros vão melhor que o Brasil;, reforçou o economista.



Perguntado se a tendência de expansão do mercado de trabalho e da renda média do trabalhador vai se manter em 2013, ele preferiu não fazer previsões. Porém, disse que a situação tende a ser positiva, com disputas por empregados e empregadores reticentes a demitir. ;É uma armadilha boa [a reticência à demissão], o trabalhador tem mais poder de barganha exatamente porque se sente valorizado pela empresa;, disse.

Como indicadores positivos do mercado de trabalho, o boletim divulgado hoje destaca a queda da desocupação média em 2012 (5,5%, a menor desde 2002) e o crescimento da taxa de atividade (pessoas economicamente ativas), de 57,15 para 57,3%, entre 2011 e 2012. De acordo com o documento, o mercado de trabalho registrou um ;ótimo desempenho; no ano passado.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação