postado em 12/03/2013 07:05
Para a maior parte do mercado financeiro, a alta dos juros básicos (Selic) ainda neste ano se tornou inevitável. Depois do comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, os analistas entenderam que a inflação ganhou mais peso entre as preocupações do Banco Central. No boletim semanal Focus, publicação que reúne as expectativas de cerca de 100 economistas de bancos e empresas de consultoria, a estimativa dominante é que a Selic termine 2013 em 8% ao ano. O processo de elevação teria início em outubro, quando o BC subiria a taxa em 0,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano. Em novembro, haveria um novo aperto de 0,25 ponto.
Na semana passada, quando a inflação surpreendeu os analistas ao registrar expansão de 0,6% em fevereiro e 6,31% no acumulado de 12 meses, o mercado futuro de juros reagiu fortemente e as apostas chegaram a bater em uma Selic de até 9% ao ano no fim de 2013. Com o anúncio da desoneração da cesta básica, que tem potencial para diminuir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,4 ponto percentual, o ímpeto dessas apostas, porém, diminuiu. Ontem, elas já haviam recuado para algo ao redor de 7,5% ao ano e pouquíssimos acreditavam em um ajuste monetário já na próxima reunião do Copom, em abril.