Economia

Chipre prepara nova proposta de taxas sobre depósitos bancários

Deve ser instaurada uma taxa de 6,75% sobre os depósitos inferiores a 100.000 euros, e de 9,9% sobre os depósitos superiores a este valor

Agência France-Presse
postado em 18/03/2013 09:12
BRUXELAS - O Chipre prepara uma nova proposta para que a imposição de taxas sobre os depósitos bancários seja "mais justa e progressiva" e tenha mais possibilidades de ser aprovada no Parlamento, informou uma fonte europeia.

"Os cipriotas estão finalizando uma nova proposta com o objetivo de facilitar a aprovação do Parlamento", disse a fonte. A proposta deve ser concluída esta segunda-feira e, neste caso, será convocado pouco depois um "Eurogrupo por teleconferência", completou.

A ideia é uma "escala de três níveis (com uma taxa progressiva) para os depósitos menores de 100.000 euros, menores de 500.000 euros e os superiores a este valor", afirmou a fonte.

O trio de credores do Chipre (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e o governo de Nicósia concordaram em instaurar uma taxa excepcional de 6,75% sobre os depósitos bancários cipriotas inferiores a 100.000 euros, e de 9,9% sobre os depósitos superiores a este valor.



O objetivo da taxa, aplicável tanto a moradores como a não residentes, é contribuir para o financiamento de um plano internacional de resgate para a ilha, que alcançará no máximo de 10 bilhões de euros.

De acordo com a Eurozona, o imposto arrecadará 5,8 bilhões de euros. O anúncio da taxa excepcional provocou revolta entre os correntistas do Chipre, onde as autoridades negaram por várias semanas os boatos sobre uma medida similar.

Os parlamentares do país devem debater nesta segunda-feira e votar a ratificação ou não do acordo, depois do adiamento da sessão prevista inicialmente para domingo.

A Comissão Europeia (CE) veria com bons olhos "uma nova proposta para reduzir o impacto para os depósitos menores de 100.000 euros", explicou a fonte. De todas as maneiras, com a nova proposta é necessário arrecadar o mesmo, 5,8 bilhões de euros", disse.

A votação está prevista para as 16H00 locais (11H00 de Brasília). Os sindicatos convocaram manifestações diante do Parlamento. O debate promete ser acalorado, depois que o acordo foi criticado pelos partidos AKEL (comunista), EDEK (socialista) e DIKO (centro-direita), que somam 32 das 56 cadeiras da Câmara.

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