Agência France-Presse
postado em 20/03/2013 13:00
Moscou - O ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, continua a negociar em Moscou as condições de uma ajuda financeira pela Rússia, após a rejeição pelo Parlamento da ilha do plano de resgate europeu.
[SAIBAMAIS]Sarris, que chegou terça-feira (19/3) à noite ao país, se reuniu nesta quarta com o ministro das Finanças russo Anton Siluanov e depois com o primeiro-ministro Igor Chuvalov, sem o anúncio de nenhum acordo. "Tivemos uma discussão muito boa, honesta e aberta", declarou o cipriota após a reunião com Silouanov.
De acordo com as agências russas, as negociações devem prosseguir até quinta-feira (21/3). Sarris pede a Moscou uma extensão do crédito de 2,5 bilhões de euros acordado pela Rússia à Nicósia em 2011, e que deve ser pago pelo Chipre até 2016, a fim de conseguir certo alívio em suas finanças.
O governo russo indicou em diversas ocasiões nos últimos meses estar disposto a flexibilizar as condições de empréstimo. Mas após o anúncio do plano de resgate europeu, Anton Siluanov, criticando um projeto concluído sem consultar a Rússia, ameaçou rever novamente esta proposta. "Visto o envolvimento da Rússia nesta economia, por que ninguém a preveniu?", questionou Ivan Tchakarov, economista da Renaissance Capital.
"Fizemos um empréstimo que representava 15% do produto interno bruto do país, não é absurdo que participemos das negociações, ou que pelo menos sejamos informados", acrescentou em declarações à AFP. Moscou acabou por aventar a possibilidade da taxação sobre os depósitos bancários, em 9,9% para as contas que ultrapassam os 100.000 euros, o que afetaria as fortunas russas depositadas na ilha, que possui um sistema fiscal muito favorável.
O novo ministro francês do Orçamento, Bernard Cazeneuve, declarou "não estar chocado com o apelo de um certo número de oligarquias russas pela recuperação do país". Vladimir Putin, que se reuniu terça-feira à noite com o chefe de Estado cipriota Nicos Anastasiades, lembrou sua "preocupação" em relação a toda medida que possa constituir "um prejuízo aos interesses russos" na ilha.
O bilionário e candidato à presidência em 2012, Mikha;l Prokhorov, criticou "uma expropriação". Ele fez um apelo ao Chipre para que considere a Rússia como um parceiro no mesmo nível que a UE para sair da crise. O valor dos bens russos no Chipre tem variado muito segundo estimativas, mas a agência Moody;s faz um balanço de 31 bilhões de dólares. Isso representa mais de dois terços de todos os depósitos bancários na ilha, que contesta a sua imagem de máquina de lavar dinheiro sujo.
Os economistas do banco Sberbank consideram que as perdas sofridas pelos russos chegam a 40% dos 5,8 bilhões de euros em crédito fiscal, além de uma ajuda internacional de 10 bilhões de euros. "Os russos são negociadores difíceis, mas não é de seu interesse que o Chipre declare falência. Se os bancos entrarem em colapso, a Rússia não perderá 10% e sim 100% de seus depósitos", revelou Ivan Tchakarov. "A Rússia tem o interesse de prolongar seu crédito, mas o problema é o que poderá conseguir em troca", acrescentou o economista.
O ministério cipriota das Finanças disse estar pronto para negociar com Moscou novos investimentos. A imprensa russa citou na terça-feira o interesse do banco russo Gazprombank, controlado em grande parte pela gigante estatal Gazprom, por licenças de produção de gás natural ao longo da costa mediterrânea da ilha em troca de apoio financeiro. Para Alexe; Mukhine, diretor do Centro de informação política, Nicósia, depois de mostrar não ser leal para com a Rússia, irá propor "reforçar sua presença nos setores bancários e energéticos". Mas "mesmo se a Rússia ajudar o Chipre, o capital russo partirá de qualquer maneira", prevê o analista.
[SAIBAMAIS]Sarris, que chegou terça-feira (19/3) à noite ao país, se reuniu nesta quarta com o ministro das Finanças russo Anton Siluanov e depois com o primeiro-ministro Igor Chuvalov, sem o anúncio de nenhum acordo. "Tivemos uma discussão muito boa, honesta e aberta", declarou o cipriota após a reunião com Silouanov.
De acordo com as agências russas, as negociações devem prosseguir até quinta-feira (21/3). Sarris pede a Moscou uma extensão do crédito de 2,5 bilhões de euros acordado pela Rússia à Nicósia em 2011, e que deve ser pago pelo Chipre até 2016, a fim de conseguir certo alívio em suas finanças.
O governo russo indicou em diversas ocasiões nos últimos meses estar disposto a flexibilizar as condições de empréstimo. Mas após o anúncio do plano de resgate europeu, Anton Siluanov, criticando um projeto concluído sem consultar a Rússia, ameaçou rever novamente esta proposta. "Visto o envolvimento da Rússia nesta economia, por que ninguém a preveniu?", questionou Ivan Tchakarov, economista da Renaissance Capital.
"Fizemos um empréstimo que representava 15% do produto interno bruto do país, não é absurdo que participemos das negociações, ou que pelo menos sejamos informados", acrescentou em declarações à AFP. Moscou acabou por aventar a possibilidade da taxação sobre os depósitos bancários, em 9,9% para as contas que ultrapassam os 100.000 euros, o que afetaria as fortunas russas depositadas na ilha, que possui um sistema fiscal muito favorável.
O novo ministro francês do Orçamento, Bernard Cazeneuve, declarou "não estar chocado com o apelo de um certo número de oligarquias russas pela recuperação do país". Vladimir Putin, que se reuniu terça-feira à noite com o chefe de Estado cipriota Nicos Anastasiades, lembrou sua "preocupação" em relação a toda medida que possa constituir "um prejuízo aos interesses russos" na ilha.
O bilionário e candidato à presidência em 2012, Mikha;l Prokhorov, criticou "uma expropriação". Ele fez um apelo ao Chipre para que considere a Rússia como um parceiro no mesmo nível que a UE para sair da crise. O valor dos bens russos no Chipre tem variado muito segundo estimativas, mas a agência Moody;s faz um balanço de 31 bilhões de dólares. Isso representa mais de dois terços de todos os depósitos bancários na ilha, que contesta a sua imagem de máquina de lavar dinheiro sujo.
Os economistas do banco Sberbank consideram que as perdas sofridas pelos russos chegam a 40% dos 5,8 bilhões de euros em crédito fiscal, além de uma ajuda internacional de 10 bilhões de euros. "Os russos são negociadores difíceis, mas não é de seu interesse que o Chipre declare falência. Se os bancos entrarem em colapso, a Rússia não perderá 10% e sim 100% de seus depósitos", revelou Ivan Tchakarov. "A Rússia tem o interesse de prolongar seu crédito, mas o problema é o que poderá conseguir em troca", acrescentou o economista.
O ministério cipriota das Finanças disse estar pronto para negociar com Moscou novos investimentos. A imprensa russa citou na terça-feira o interesse do banco russo Gazprombank, controlado em grande parte pela gigante estatal Gazprom, por licenças de produção de gás natural ao longo da costa mediterrânea da ilha em troca de apoio financeiro. Para Alexe; Mukhine, diretor do Centro de informação política, Nicósia, depois de mostrar não ser leal para com a Rússia, irá propor "reforçar sua presença nos setores bancários e energéticos". Mas "mesmo se a Rússia ajudar o Chipre, o capital russo partirá de qualquer maneira", prevê o analista.