postado em 22/03/2013 06:05
A moeda única da Europa está novamente ameaçada e pode levar o mundo a enfrentar mais uma rodada de problemas. Com a piora das condições financeiras no Chipre, uma ilha do Mediterrâneo ao sul da Turquia, a desconfiança tomou conta dos mercados e derrubou as principais bolsas do mundo. Frankfurt, uma das mais importantes da Europa, encolheu 0,87% no pregão de ontem. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM) amargou perda de 0,81% e fechou aos 55.576 pontos, o menor nível em quatro meses. O dólar também reagiu às notícias ruins do Velho Continente, terminou a quinta-feira em alta de 1,03% e fechou em R$ 2,011, ultrapassando pela primeira vez, desde janeiro, o patamar de R$ 2.As autoridades europeias, ontem, passaram o dia em reuniões e teleconferências em busca de uma solução que possa afastar qualquer desconfiança sobre os demais países da Zona do Euro. Com uma população de 862 mil e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 24,6 bilhões, o Chipre tem um sistema financeiro que guarda cerca de US$ 150 bilhões em depósitos, a maioria deles, cerca de 40%, investimentos russos. Para as autoridades do bloco econômico, a fragilidade dos bancos da ilha, que pede um socorro de 10 bilhões de euros, não representa um risco sistêmico do ponto de vista financeiro. A preocupação, porém, é que a falência do país, ou uma saída do euro, leve os investidores estrangeiros a fugir do continente e esgote complemente os canais de crédito, situação que traria problemas sobretudo para a Espanha e para a Itália, que há tempos suscitam preocupação entre os analistas.