postado em 23/03/2013 06:09
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,49% em março. Apesar de ter mostrado desacelaração ante o 0,68% de fevereiro e ficado abaixo das estimativas do mercado, de 0,51%, o indicador está longe de ser motivo de comemoração. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a remarcação de preços está generalizada: 74,2% dos produtos e serviços acompanhados pela instituição apontaram alta neste mês, índice acima dos 73,1% de janeiro, que causaram comoção no governo e entre os analistas. Em 12 meses, o IPCA-15 cravou elevação de 6,43%, encostando no teto da meta, de 6,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ; o maior nível desde janeiro de 2012.
Segundo Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, quando se analisa o IPCA-15 com profundidade, fica claro que a inflação está muito resistente no país. Esperava-se um recuo mais forte dos alimentos, por causa da desoneração da cesta básica anunciada pela presidente Dilma Rousseff, mas esse grupo de produtos apontou alta de 1,40%, respondendo por 70% do indicador. No grupo educação, os aumentos caíram de 5,49% para 0,50% entre fevereiro e março, graças ao fim do reajuste das mensalidades escolares. No quesito transportes, a elevação de 0,32% foi contida pela queda de 16,4% nos preços das passagens aéreas. Isoladamente, esse item retirou 0,10 ponto percentual do IPCA-15.