Economia

Expectativa de alta dos juros básicos aumenta taxas de títulos públicos

Para a NTN-F (título prefixado) com vencimento em 2023, o Tesouro Nacional pagou 9,51% ao ano no leilão de 31 de janeiro

postado em 25/03/2013 16:48
A expectativa de elevação dos juros básicos da economia está tendo impacto no custo da dívida do governo. De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, os juros dos títulos prefixados, cujas taxas são definidas no momento dos leilões, estão subindo desde o fim de janeiro.

Para a NTN-F (título prefixado) com vencimento em 2023, o Tesouro Nacional pagou 9,51% ao ano no leilão de 31 de janeiro. No leilão mais recente, em 21 de março, a taxa saltou para 9,74% ao ano. Para a LTN com vencimento em julho de 2016, os juros subiram de 8,75% ao ano no leilão de 1; de fevereiro para 9,31% ao ano em 22 de março.



Garrido admitiu que o principal fator que tem impactado os juros dos títulos públicos é a antecipação dos investidores em relação a uma provável elevação da taxa Selic (juros básicos da economia). ;As expectativas dos agentes econômicos em relação ao comportamento futuro das taxas de juros interferiu nos leilões. Isso tem relação com o ciclo monetário;, declarou.

Como prevêem que o Banco Central terá de aumentar a taxa Selic para combater a inflação, os investidores passaram a pedir juros maiores. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado acreditam, cada vez mais, que os juros básicos voltarão a subir pela primeira vez em dois anos.

No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (25/3), as instituições acreditam que a taxa Selic encerrará 2013 em 8,5% ao ano. Até o início do mês, os analistas apostavam na manutenção dos juros básicos em 7,25% ao ano, o menor nível da história. A Selic foi reajustada pela última vez em julho de 2011, quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa de 12% para 12,5% ao ano.

Apesar da perspectiva de elevação dos juros básicos, Garrido ressalta que o impacto sobre o custo da dívida pública será parcialmente diluído porque o governo está diminuindo a fatia de títulos vinculados à Selic no total da dívida. Em fevereiro, a parcela da dívida interna corrigida pelos juros básicos encerrou o mês em 23%. O Tesouro pretende reduzir essa proporção para uma faixa entre 14% e 19% até o fim do ano.

De acordo com Garrido, em 2013 vencerão cerca de R$ 150 bilhões em títulos corrigidos pela Selic. ;Como o Tesouro vai emitir em volume menor que os vencimentos, a menor rolagem fará a parcela da dívida [interna] vinculada à Selic convergir para o intervalo estabelecido no Plano Anual de Financiamento;, ressaltou.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestados recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.

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