Agência France-Presse
postado em 25/03/2013 17:50
Bruxelas - O acordo alcançado nesta segunda-feira (25/3) entre o Chipre e os seus credores salvou o país da falência e da saída da zona do euro, mas analistas acreditam que esta nova crise apenas deixou claro os problemas do Eurogrupo. "O resultado alcançado domingo à noite traz alívio imediato, mas não representa uma garantia para águas mais calmas", considera Carsten Brzeski, analista do ING.
Vários comentaristas não esconderam seu pessimismo nesta segunda-feira sobre o futuro da economia do Chipre, que ficará "sem crédito". "Isso vai derreter rapidamente e vai ser muito doloroso para os seus cidadãos", disse Robert Peston, especialista em finanças da BBC.
"Vai ser muito difícil, porque a economia cipriota depende do setor bancário e de uma forma de servir de banco", atraindo capital estrangeiro com condições muito favoráveis, reconheceu um funcionário europeu, falando em condição de anonimato. "Este modelo terminou. E como o setor de turismo depende do setor bancário, temos que ajudar os cipriotas a se reinventarem economicamente", acrescentou.
O chamado resgate do Chipre também afetará as populações dos países da zona do euro mais endividados, observou Peston. Elas "vão começar a se perguntar se vale a pena pagar esta conta para preservar o euro".
"Se mais uma crise do euro foi resolvida, qual será a próxima?", questionou a corretora Moneycorp.
De acordo com um recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), os bancos eslovenos têm uma carteira de 7 bilhões de euros em dívidas, montante que representa 20% do produto interno bruto (PIB), uma proporção que alimenta as especulações sobre a necessidade de Eslovênia também clamar por assistência internacional.
No entanto, como observa Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Robert Schuman, é "o sistema bancário descontrolado que tornou o Chipre insolvente atraindo grandes quantidades de capital com impostos e taxas de juros irreais, assemelhando-se a um paraíso fiscal".
O comissário europeu encarregado dos serviços financeiros, Michel Barnier, procurou tranquilizar a situação dizendo que não acredita "que existam no mercado único situações da mesma natureza como a do Chipre".
Mas Brzeski ressalta que o resgate do Chipre deu lugar a um "confronto sem precedentes" desde o início da crise do euro, que não foi tão mesquinho com a Grécia. Segundo ele, a zona do euro, liderada pela Alemanha, quis dar "o exemplo", mostrando que os credores "não gostam de ser submetidos a uma chantagem."
"Os alemães foram particularmente intransigentes, partindo da ideia de que um ;não; cipriota seria mais perigoso ao Chipre do que para o resto da zona do euro". Eles ganharam a disputa, porque o Chipre acabou por ceder. Mas "essa estratégia tem seus riscos e dificilmente funcionaria com um país maior", alertou.
"A disposição da Alemanha para tirar as economias das pessoas comuns evidencia a sua resistência a novos resgates das economias do sul da Europa", considera a Capital Economics.
O primeiro plano tramado pelos credores incluía um imposto sobre todos os depósitos bancários. Denunciado por todos os lados, foi rejeitado pelo Parlamento cipriota. O programa acordado nesta segunda-feira afeta os dois maiores bancos do país, atingido em cheio os depósitos acima de 100.000 euros.
Para Brzeski, a zona do euro "não encontrou nenhum modelo uniforme para assegurar a sua estabilidade financeira". "A ideia de uma união bancária para quebrar o vínculo entre as dívidas soberanas e os sistemas bancários frágeis não é aceito pelos países mais fortes quando se trata de compartilhar o fardo".
Vários comentaristas não esconderam seu pessimismo nesta segunda-feira sobre o futuro da economia do Chipre, que ficará "sem crédito". "Isso vai derreter rapidamente e vai ser muito doloroso para os seus cidadãos", disse Robert Peston, especialista em finanças da BBC.
"Vai ser muito difícil, porque a economia cipriota depende do setor bancário e de uma forma de servir de banco", atraindo capital estrangeiro com condições muito favoráveis, reconheceu um funcionário europeu, falando em condição de anonimato. "Este modelo terminou. E como o setor de turismo depende do setor bancário, temos que ajudar os cipriotas a se reinventarem economicamente", acrescentou.
O chamado resgate do Chipre também afetará as populações dos países da zona do euro mais endividados, observou Peston. Elas "vão começar a se perguntar se vale a pena pagar esta conta para preservar o euro".
"Se mais uma crise do euro foi resolvida, qual será a próxima?", questionou a corretora Moneycorp.
De acordo com um recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), os bancos eslovenos têm uma carteira de 7 bilhões de euros em dívidas, montante que representa 20% do produto interno bruto (PIB), uma proporção que alimenta as especulações sobre a necessidade de Eslovênia também clamar por assistência internacional.
No entanto, como observa Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Robert Schuman, é "o sistema bancário descontrolado que tornou o Chipre insolvente atraindo grandes quantidades de capital com impostos e taxas de juros irreais, assemelhando-se a um paraíso fiscal".
O comissário europeu encarregado dos serviços financeiros, Michel Barnier, procurou tranquilizar a situação dizendo que não acredita "que existam no mercado único situações da mesma natureza como a do Chipre".
Mas Brzeski ressalta que o resgate do Chipre deu lugar a um "confronto sem precedentes" desde o início da crise do euro, que não foi tão mesquinho com a Grécia. Segundo ele, a zona do euro, liderada pela Alemanha, quis dar "o exemplo", mostrando que os credores "não gostam de ser submetidos a uma chantagem."
"Os alemães foram particularmente intransigentes, partindo da ideia de que um ;não; cipriota seria mais perigoso ao Chipre do que para o resto da zona do euro". Eles ganharam a disputa, porque o Chipre acabou por ceder. Mas "essa estratégia tem seus riscos e dificilmente funcionaria com um país maior", alertou.
"A disposição da Alemanha para tirar as economias das pessoas comuns evidencia a sua resistência a novos resgates das economias do sul da Europa", considera a Capital Economics.
O primeiro plano tramado pelos credores incluía um imposto sobre todos os depósitos bancários. Denunciado por todos os lados, foi rejeitado pelo Parlamento cipriota. O programa acordado nesta segunda-feira afeta os dois maiores bancos do país, atingido em cheio os depósitos acima de 100.000 euros.
Para Brzeski, a zona do euro "não encontrou nenhum modelo uniforme para assegurar a sua estabilidade financeira". "A ideia de uma união bancária para quebrar o vínculo entre as dívidas soberanas e os sistemas bancários frágeis não é aceito pelos países mais fortes quando se trata de compartilhar o fardo".