Economia

Governo da Argentina prorroga por mais dois meses congelamento de preços

A medida foi criticada por economistas independentes, que consideram ineficaz a estratégia do governo para manter a inflação sob controle

postado em 26/03/2013 14:31
Buenos Aires ; O governo argentino prorrogou por mais 60 dias o congelamento de preços, que está em vigor desde fevereiro e deveria terminar no dia 1; de abril. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (26/3), após reunião do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, e representantes das cadeias de supermercados. Eles concordaram manter os preços fixos até o dia 1; de junho.

Moreno negociou o primeiro acordo de congelamento, de dois meses, com as redes de supermercado e de eletrodomésticos como forma de conter a alta da inflação. A medida foi criticada por economistas independentes, que consideram ineficaz a estratégia do governo para manter a inflação sob controle. Os sindicatos oposicionistas também protestaram, acusando o governo de querer mascarar os índices inflacionários para fortalecer sua posição na hora de renegociar salários.



Na Argentina, os reajustes salariais são decididos nas chamadas paritárias, acordos negociados entre trabalhadores e empresários, que precisam ser ratificados pelo Ministério do Trabalho para entrar em vigor. Hugo Moyano, líder da CGT (a maior central sindical do país), já tinha anunciado que iria pedir aumento salarial de 30% para cobrir a inflação. O índice inflacionário, calculado por institutos privados, é três vezes superior ao oficial, que não supera 11% anuais.

Na reunião com o setor privado, Moreno também negociou o lançamento de um novo cartão, o chamado supercard, que está sendo apelidado de Morenocard. O cartão será emitido pelas próprias redes de supermercados, com taxa de juros inferior a 22% ao ano. Os bancos argentinos, atualmente, cobram comissões em torno de 3% dos comerciantes que fazem as vendas com cartão de crédito. O governo quer baixar esse percentual para menos de 1%.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação