Economia

Após estouro da meta de inflação, BC terá de explicitar para onde vão juros

Na avaliação de economistas, é preciso que o Banco Central dê um sinal mais transparente de como será a condução da política monetária a partir de agora

postado em 10/04/2013 10:43
Na avaliação de economistas, é preciso que o Banco Central dê um sinal mais transparente de como será a condução da política monetária a partir de agoraHoje é o dia D para a presidente Dilma Rousseff mudar ; ou não ; os rumos da política monetária. Isso porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 0,47 % em março de 2013, taxa inferior ao 0,6% de fevereiro. Em março do ano passado, a taxa havia sido 0,21%, de acordo com a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10/4).

A inflação acumulada em 12 meses chegou a 6,59% e superou o teto da meta de inflação estipulada pelo governo, que é 6,5%. É a primeira vez que isso acontece desde novembro de 2011, quando a taxa foi de 6,64%. Em dezembro de 2011, a mesma taxa bateu em exatos 6,5%. No ano, a inflação acumulada em 2013 chega a 1,94%.

Proteção

O desconforto com os reajustes é enorme. Pelas contas do economista Delfim Netto, que, anteontem, almoçou com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, nos oito anos do governo Lula, a inflação média anual foi de 5,8%, para uma meta central de 4,5% perseguida pelo Banco Central. Na atual administração, o IPCA médio chega a 6,2% ao ano. Perante esse quadro, se nada for feito para levar o custo de vida a níveis mais civilizados, os empresários tenderão a olhar para trás a fim de aumentar os preços como forma de proteção. Com isso, a carestia vai se retroalimentar e o risco de sair do controle será enorme. Não se pode esquecer, segundo ele, que a memória inflacionária ainda é latente no país.

[SAIBAMAIS]Na avaliação de Delfim, caso o Comitê de Política Monetária (Copom), que se reunirá na próxima semana, avalie que há necessidade de aumentar a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 7,25% ao ano, não haverá motivo para queixas. Será, no entender dele, uma ação correta, uma vez que o arrocho tende a ser moderado, apenas para corrigir eventuais distorções. O mercado financeiro está dividido. Mesmo depois de o presidente do BC, Alexandre Tombini, alertar que está pronto para agir, parte dos analistas acredita em elevação da Selic neste mês, parte aposta em subida na reunião de maio.

Com informações de Rosana Hessel e Paulo Silva Pinto

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