O ministro da Fazenda, Guido Mantega, evitou comentar sobre o estouro do limite da inflação acumulada em 12 meses, de 6,5% ao ano. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47% em março e 6,59% nos últimos 12 meses. O ministro procurou enfatizar que o ritmo está desacelerando e garantiu que o governo não está deixando os preços saírem do controle.
;Estamos atentos com relação à inflação porque ela é prejudicial a toda a economia brasileira. Aos trabalhadores que pagam produtos mais caro. Para os empresários tem dificuldades de calcular custos;, disse Mantega ao sair de um encontro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. ;A boa noticia é que a inflação de março foi menor que onde janeiro. Estamos com uma trajetória de redução da inflação. Se olharmos para o núcleo, vamos ver uma desaceleração. Alimentos ainda pressionaram a inflação de março e impediu que a queda fosse maior do que a que ocorreu.;, completou.
Mantega assegurou que governo não poupará medidas para conter a inflação e impedir que ela se propague, mas não citou quais seriam. Ele também evitou falar sobre juros. ;Os juros são responsabilidade do Banco Central e, portanto, principalmente, em véspera de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), ministro da Fazenda não fala de juros;, afirmou.
O ministro anunciou que o governo está estudando medidas de desonerações para três novos setores: químico, sucroalcooleiro e têxtil. Além disso, aproveitou para atualizar os dados de renúncia fiscal para este ano e o próximo, que somará R$ 158 bilhões. ;Temos que continuar dando competitividade à produção brasileira. Temos que continuar com o custo financeiro reduzido. Temos que continuar reduzindo tributos. E o governo tem um programa que vai avançando. Eu anunciei que para desoneração em 2013 será da ordem de R$ 70 bilhões. Portanto, mais que 1,5% do PIB.Em 2014, a redução tributaria será da ordem de R$ 88 bilhões;, afirmou.
;Vamos continuar com a desoneração do investimento. Com a desoneração da folha. Estamos esperando a reforma do ICMS e estamos esperando a reforma do PIS e Confins, para 2014. Portanto, o cenário é favorável para o Brasil. Nós temos que levar em consideração que a economia internacional continua em dificuldades. Talvez neste ano com menos dificuldades do que o ano passado. E nos temos que aproveitar as oportunidades que se colocam;, completou.
Mantega disse que a conclusão do encontro com empresários e ministros de estado hoje foi que a economia brasileira está em um crescimento gradual, que começou no fim do segundo semestre de 2012 e está tendo neste ano. ;O primeiro trimestre deverá fechar com um crescimento razoável. Superior ao ultimo trimestre do ano passado. A indústria está se expandindo. O resultado de fevereiro veio baixo por causa dos dias úteis menores. Em marco vai haver um crescimento positivo da indústria, mas o mais importante é a recuperação do investimento. Demorou, mas ele está crescendo desde o último mês do ano passado;, afirmou. ;Estamos caminhando para um crescimento maior do que 2012 e é um crescimento sustentável que vai seguir nos próximos anos;, completou.