postado em 11/04/2013 08:25
O Banco Central perdeu para a inflação e agora terá de brigar para recuperar a credibilidade com o mercado, o empresariado e as famílias. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem mostram que, pela segunda vez no governo Dilma Rousseff, a carestia estourou o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%. Depois de 14 meses dentro dos limites de tolerância, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 6,59% no acumulado de 12 meses.
[SAIBAMAIS]No Palácio do Planalto, o clima é de conformismo. Para evitar o descontrole das remarcações, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará a taxa básica de juros (Selic) na próxima quarta-feira. A elevação, que deve variar entre 0,25 e 0,50 ponto percentual, foi sacramentada na última segunda-feira pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, em discurso em Porto Alegre. Ele deixou claro que havia chegado a hora de a autoridade monetária sair estado de cautela para a ação. No total, o Planalto acredita que a Selic subirá entre 1 e 1,5 ponto percentual, dos atuais 7,25% ao ano para algo que varie de 8,25% a 8,75%.
Para assessores da presidente Dilma, a subida dos juros não poderá ser interpretada como um fracasso da política monetária e da promessa de manter a Selic no menor nível da história. Primeiro, porque há um compromisso ;inegociável; do governo de manter a inflação dentro das metas, para proteger, sobretudo, os mais pobres. Segundo, porque todas as estimativas apontam para um IPCA menor no acumulado do ano, o que foi sinalizado com o índice de março, que ficou em 0,47%, abaixo do 0,60% de fevereiro e do 0,86% de janeiro.