Agência France-Presse
postado em 11/04/2013 11:13
Paris - O quase monopólio brasileiro sobre o suco de laranja provocou um aumento considerável do preço desta bebida e impulsiona à alta os preços de outras frutas destinadas a serem espremidas, consideram profissionais do setor na França.
Em quatro anos, os preços das laranjas aumentaram 55%, os das toranjas 115% e os das maçãs 60%, segundo a associação interprofissional francesa do setor (Unijus). E "para 2013, as perspectivas não são melhores", afirma o presidente da Unijus, Emmanuel Vasseneix, que teme aumentos de até 70% para a uva, de 20% a 60% para a maçã e de 40% para a toranja. A laranja, por sua vez, pode aumentar entre 10% e 25%.
A matéria-prima representa 53% do custo de produção do suco e os aumentos incidem imediatamente nos preços pagos pelo consumidor. Entre as explicações por esta forte alta, Vasseneix evoca o gosto dos consumidores asiáticos pelo suco de frutas, que estimula a demanda mundial. Mas, no que diz respeito à laranja, é, sobretudo, o "domínio do Brasil" o que inquieta os industriais franceses.
"Por si só, o Brasil controla 70% da produção de laranjas do mundo, e inclusive até 85% com os pomares que adquiriu na Flórida", a outra grande região de produção, afirma Vasseneix.
Emmanuel Manichon, presidente do Instituto Profissional para a qualidade dos sucos de fruta (Qualijus), estima que "o Brasil deixou de ser um país em desenvolvimento". O salário médio dos pomares dobrou em 10 anos e, simultaneamente, a moeda brasileira se valorizou em relação ao dólar, contribuindo para o encarecimento dos preços.
Vasseneix sustenta que "o Brasil mantém artificialmente o alto custo das matérias-primas, ao redor de 2.400 a 2.500 dólares a tonelada de suco concentrado", levando-se em conta que é necessário um litro de concentrado para obter 6 litros de suco.
Enquanto a cotação mundial corre o risco de ficar abaixo do teto dos 2.100 dólares, o Estado brasileiro compra as reservas e as despeja no mercado interno através de um programa escolar de nutrição. "Atualmente, as reservas alcançaram níveis recorde de 1,1 milhão de toneladas", indica Thomas Gauthier, secretário-geral da Unijus.
O avanço das videiras penalizou a produção de suco. O efeito conjunto destes diferentes fatores é imediato em um mercado tenso, acrescenta Gauthier. E a laranja, a fruta mais consumida em suco no mundo, não é a única envolvida: a inquietação também existe em relação ao fornecimento de maçãs e uvas.
"A China, uma das principais fontes de fornecimento mundial de maçãs, parou de espremer as suas em 2012 para destiná-las à venda da fruta", afirma Thomas Gauthier. Segundo a revista Food News, a China produziu 33,2 milhões de toneladas de maçãs em 2010, em comparação com as 4,2 milhões de toneladas dos Estados Unidos, o segundo produtor mundial, mas muito atrás do país asiático.
A maçã chinesa completa frequentemente a produção francesa e a de outros países europeus, como em 2012, quando um inverno chuvoso e um tempo frio tardio no momento do florescimento afetaram a produção. Quanto à uva, também atingida por esse mau tempo, a produção de suco encontra-se tradicionalmente em concorrência com a de vinho. E o avanço espetacular das vendas de conhaque na Ásia aumentou a pressão.
"Em relação à uva, a produção de suco não é prioritária nunca, ao que se soma o fato de a União Europeia incitar o avanço de videiras na França, Itália e Espanha", lamenta Gauthier, afirmando que as capacidades de produção desaparecidas por isso foram sentidas em 2012.
Em quatro anos, os preços das laranjas aumentaram 55%, os das toranjas 115% e os das maçãs 60%, segundo a associação interprofissional francesa do setor (Unijus). E "para 2013, as perspectivas não são melhores", afirma o presidente da Unijus, Emmanuel Vasseneix, que teme aumentos de até 70% para a uva, de 20% a 60% para a maçã e de 40% para a toranja. A laranja, por sua vez, pode aumentar entre 10% e 25%.
A matéria-prima representa 53% do custo de produção do suco e os aumentos incidem imediatamente nos preços pagos pelo consumidor. Entre as explicações por esta forte alta, Vasseneix evoca o gosto dos consumidores asiáticos pelo suco de frutas, que estimula a demanda mundial. Mas, no que diz respeito à laranja, é, sobretudo, o "domínio do Brasil" o que inquieta os industriais franceses.
"Por si só, o Brasil controla 70% da produção de laranjas do mundo, e inclusive até 85% com os pomares que adquiriu na Flórida", a outra grande região de produção, afirma Vasseneix.
Emmanuel Manichon, presidente do Instituto Profissional para a qualidade dos sucos de fruta (Qualijus), estima que "o Brasil deixou de ser um país em desenvolvimento". O salário médio dos pomares dobrou em 10 anos e, simultaneamente, a moeda brasileira se valorizou em relação ao dólar, contribuindo para o encarecimento dos preços.
Vasseneix sustenta que "o Brasil mantém artificialmente o alto custo das matérias-primas, ao redor de 2.400 a 2.500 dólares a tonelada de suco concentrado", levando-se em conta que é necessário um litro de concentrado para obter 6 litros de suco.
Enquanto a cotação mundial corre o risco de ficar abaixo do teto dos 2.100 dólares, o Estado brasileiro compra as reservas e as despeja no mercado interno através de um programa escolar de nutrição. "Atualmente, as reservas alcançaram níveis recorde de 1,1 milhão de toneladas", indica Thomas Gauthier, secretário-geral da Unijus.
O avanço das videiras penalizou a produção de suco. O efeito conjunto destes diferentes fatores é imediato em um mercado tenso, acrescenta Gauthier. E a laranja, a fruta mais consumida em suco no mundo, não é a única envolvida: a inquietação também existe em relação ao fornecimento de maçãs e uvas.
"A China, uma das principais fontes de fornecimento mundial de maçãs, parou de espremer as suas em 2012 para destiná-las à venda da fruta", afirma Thomas Gauthier. Segundo a revista Food News, a China produziu 33,2 milhões de toneladas de maçãs em 2010, em comparação com as 4,2 milhões de toneladas dos Estados Unidos, o segundo produtor mundial, mas muito atrás do país asiático.
A maçã chinesa completa frequentemente a produção francesa e a de outros países europeus, como em 2012, quando um inverno chuvoso e um tempo frio tardio no momento do florescimento afetaram a produção. Quanto à uva, também atingida por esse mau tempo, a produção de suco encontra-se tradicionalmente em concorrência com a de vinho. E o avanço espetacular das vendas de conhaque na Ásia aumentou a pressão.
"Em relação à uva, a produção de suco não é prioritária nunca, ao que se soma o fato de a União Europeia incitar o avanço de videiras na França, Itália e Espanha", lamenta Gauthier, afirmando que as capacidades de produção desaparecidas por isso foram sentidas em 2012.