postado em 12/04/2013 06:05
Com a inflação em alta e o endividamento comendo boa parte da renda, as famílias botaram o pé no freio do consumo. Resultado: o comércio perdeu força em fevereiro, para decepção do governo, que contava com o setor para manter a recuperação da atividade, já que a indústria continua capengando. As vendas encolheram 0,4% ante janeiro, apesar de os analistas apostarem em expansão de até 2%. Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador jogou o Banco Central em uma encruzilhada. Se subir a taxa básica de juros (Selic) na próxima semana, a autoridade monetária poderá controlar a carestia e as expectativas dos agentes econômico, mas, ao mesmo tempo, impactará o ainda frágil crescimento do país.A onda de remarcações de preços ficou clara no levantamento do IBGE. Apesar de o volume de mercadorias vendidas pelo comércio ter caído, as receitas cresceram 0,6%. Ou seja, os lojistas não se intimidaram com o movimento mais fraco. Preferiram garantir as margens de lucro por meio dos reajustes. Não à toa, no acumulado de 12 meses terminados em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourou o teto da meta perseguida pelo BC, de 6,50%, ao registrar 6,59%. Apenas o grupo alimentação, um dos mais importantes para o orçamento dos brasileiros, teve inflação de 13,49% no período.