Economia

Ministros do G20 buscam avançar na luta contra paraísos fiscais

Crise na zona do Euro continua preocupando e sendo tema de debates

Agência France-Presse
postado em 18/04/2013 19:25
Washington - Os ministros das Finanças do G20 se reúnem nesta quinta e sexta-feira (19/4) em Washington, com uma agenda que inclui a luta contra os paraísos fiscais, apesar de a crise na Europa continuar sendo o plano de fundo, sem um acordo entre os membros sobre uma possível solução.

Vários países querem avançar na troca automática de informações, que é considerada o único meio de lutar de forma eficaz contra a evasão fiscal.

Atualmente o acesso à informação é realizado unicamente quando há uma demanda expressa, o que muitos Estados e organizações dedicadas à luta contra os paraísos fiscais consideram insuficiente.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) apresentará na sexta-feira aos ministros do G20 um relatório sobre o tema que busca que esta troca de dados seja o "novo padrão mundial", com o objetivo de impulsionar a transparência no setor financeiro.

Os Estados Unidos e a maior parte dos membros europeus, entre eles França e Alemanha, são favoráveis, mas não está claro se o grupo avançará nesta direção, disse uma fonte europeia.

Contudo, o principal assunto que preocupa as principais economias do mundo continua sendo a crise na Europa, cujas consequências levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a revisar para baixo as previsões do crescimento mundial para 2013, de 3,5% projetado em janeiro a 3,3%.



Segundo afirmou a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, na abertura da reunião, o Banco Central Europeu (BCE) ainda tem uma "margem de manobra" para aumentar os estímulos à economia da região.

"Cabe a eles determinar, com total independência, em que momento este espaço deve ser utilizado" para reduzir a taxa de juros, disse Lagarde em uma coletiva de imprensa.

Depois o Fundo pediu à Espanha que relaxasse a aplicação das medidas para reduzir o déficit.

"Nossa opinião é que, para um país como a Espanha, não existe razão objetiva para se apressar em realizar uma redução drástica do déficit", declarou Lagarde.

A diretora gerente do FMI também comentou a intimação para comparecer diante da justiça francesa devido a seu papel no caso do empresário Bernard Tapie contra o banco Crédit Lyonnais.

Lagarde disse que isso não mudava em nada sua determinação para exercer suas funções.

Apesar da resistência de vários países, entre eles os Estados Unidos, o G20 deve confirmar os objetivos de redução do déficit para 2013, que foram fixados em 2010 na reunião de Toronto.

Contudo, membros de peso como Alemanha, assumiram com pouco entusiasmo o nível recomendado para o déficit público em 90% do PIB.

Também espera-se que a gestão da política monetária seja abordada na reunião, considerando as repercussões que a taxa de juros tem na cotação da moeda.

No começo do mês o Japão anunciou que duplicaria a base monetária em um prazo de dois anos, com o objetivo de combater a deflação que afeta o país há mais de 10 anos.

O FMI avaliou a decisão, mas disse que lamentava que estas medidas não fossem acompanhadas de um plano para cortar o nível do déficit.

"É imperativo que todos os membros do G20 respeitem o compromisso adotado recentemente de não influenciar na cotação de suas moedas para aumentar sua competitividade", reiterou nesta quarta-feira o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew.

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