postado em 19/04/2013 06:08
A alta da taxa básica de juros (Selic) anunciada na quarta-feira pelo Banco Central, de 7,25% para 7,50% ao ano, vai bater em cheio no orçamento das famílias. Dados divulgados ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostram que o índice de endividamento dos lares brasileiros atingiu, neste mês, 62,9%, o maior nível desde julho de 2011. Em relação a abril do ano passado, o salto no total de famílias endividadas foi de 6,1 pontos percentuais. Também o número de residências sem condições de honrar os compromissos em dia disparou, atingindo 21,5%. Outros 6,7% ; 0,4 ponto percentual a mais do que em março ; acreditam que não vão conseguir quitar os valores devidos.Esse excesso de endividamento, no entender da advogada Cristina Santos, doutora em direito civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e especialista em defesa do consumidor, está ligado, em parte, aos estímulos excessivos dados pelo governo à demanda. Para ela, ao reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros, móveis e eletrodomésticos e, ao mesmo tempo, induzir os bancos públicos a emprestarem a qualquer custo, o Palácio do Planalto estimulou a corrida por crédito, que apresentará a fatura mais à frente. Uma delas, será a exclusão, do mercado de consumo, de boa parte das 40 milhões de famílias que ascenderam à classe média nos últimos 10 anos. Esses excluídos não terão como honrar o que compraram a prazo.