Economia

Médicos negam atendimento a pacientes de planos e querem dobrar honorários

Hoje, a categoria recebe R$ 50 por consulta. Os médicos reivindicam a melhoria, sem que o preço cobrado pelos usuários de planos de saúde aumente

postado em 25/04/2013 10:33
Mais uma vez, médicos, fisioterapeutas e dentistas de 10 estados e do Distrito Federal cruzam os braços aos pacientes que têm planos de saúde. Com o chamado "Dia nacional de alerta aos planos de saúde", o atendimento será negado nesta quinta-feira (25/4) e a previsão é de que sejam realizados protestos em todos os estados contra o que a categoria chama de abusos praticados pelas operadoras na relação com médicos.

O paciente só será atendido se pagar o valor de consulta particular, segundo a categoria - prática condenada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com base na legislação. Os médicos querem dobrar o atual valor dos honorários repassados pelos planos - hoje, recebem R$ 50 por consulta. A categoria reivindica a melhoria, sem que o preço cobrado pelos usuários de planos de saúde aumente.

Segundo a ANS, a cobrança de valores adicionais por consultas ou qualquer outra prestação de serviço que tenha cobertura obrigatória pelo plano contratado é proibida. Caso algum prestador de serviço de saúde anuncie a cobrança para o beneficiário, a operadora deve ser comunicada e oferecer alternativa de atendimento sem qualquer ônus.

Ainda de acordo com a ANS, os serviços de urgência e emergência devem ser garantidos e no casos de atendimentos eletivos, as operadoras devem providenciar um novo agendamento das consultas, exames e internações. No DF, a paralisação é organizada pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sindmédicos-DF), Associação Médica de Brasília (AMBr) e o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF).



"Os planos de saúde pagam mal e o atendimento para a população é ruim. O problema da rede privada de saúde é a má distribuição do repasse aos médicos das operadoras de saúde", disse o presidente do CRM-DF, Iram Augusto Cardoso. Cerca de 775 mil pessoas do DF dependem dos planos de saúde.

Além do DF, o movimento ocorre na Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Sergipe, e envolve todas as especialidades.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), representante de um terço do mercado de seguradoras (em número de beneficiários), informou por meio de nota que "os reajustes dos valores pagos por cada consulta médica são aplicados com base em índices acima da inflação e, muitas vezes, superiores ao teto fixado pela ANS".

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