Economia

Reino Unido evita recessão, com crescimento de 0,3% no 1º trimestre

A economia britânica se contraiu 0,3% no quarto trimestre de 2012 e o país voltaria tecnicamente à recessão se fosse registrado uma nova contração

Agência France-Presse
postado em 25/04/2013 15:11
Londres - O Reino Unido evitou uma terceira recessão inédita desde a crise financeira, ao registrar um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre do ano em relação ao anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25/4) pelo Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS).

A economia britânica se contraiu 0,3% no quarto trimestre de 2012 e o país voltaria tecnicamente à recessão se houvesse registrado uma nova contração.

O dado, que pode ser revisado nos próximos meses, é um alívio para o governo do conservador David Cameron, que mantém seu impopular plano de austeridade, apesar das críticas crescentes da oposição trabalhista, das instituições internacionais e das agências de classificação.

O ministro de Finanças britânico, George Osborne, disse na quarta-feira que o dado é "um sinal alentador de que a economia está se recuperando". "Apesar do difícil contexto geral, estamos fazendo progressos", declarou.

"Todos sabemos que não há respostas fáceis aos problemas acumulados durante muitos anos e não posso prometer que o caminho que temos adiante será sempre tranquilo mas, enfrentando os problemas, o Reino Unido está se recuperando e estamos construindo uma economia adequada para o futuro", acrescentou o ministro.

O crescimento, melhor que 0,1% como previam os economistas, foi impulsionado pela alta de 0,6% no setor dos serviços, que representa cerca de três quartos do Produto Interno Bruto (PIB) britânico.



O dado influenciou positivamente o mercado e a libra esterlina atingiu seu máximo em três semanas frente ao euro (84,57 centavos por um euro) e em dois meses frente ao dólar (1,5414 dólar por libra).

A primeira boa notícia para a economia chega menos de uma semana depois de a agência de classificação Fitch retirar a nota máxima "AAA" do Reino Unido, alegando "perspectivas econômicas e orçamentárias mais fracas". A Moody;s tomou a mesma medida em fevereiro.

Na esteira desta deterioração, o número dois do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, pediu ao governo para "reconsiderar o ritmo" de seu programa de austeridade "à luz de uma economia britânica mais fraca que o esperado".

Osborne apresentou em março um novo orçamento de rigor apesar de reduzir pela metade as perspectivas de crescimento para 2013, a 0,6% contra 1,2% previsto três meses antes.

Apesar de ter evitado a recessão, a economia britânica continua sendo frágil e os britânicos sentem cada vez mais a pressão dos cortes.

"O panorama geral é que o PIB ainda está em cerca de 3% abaixo de seu máximo antes da recessão", disse Vicky Redwood, economista de Capital Economics.

"Além disso, a recuperação ainda enfrenta obstáculos importantes, as famílias sofrem uma redução das receitas e os políticos lutam para conseguir que os bancos emprestem mais", acrescentou.

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