Agência France-Presse
postado em 26/04/2013 15:40
Madri - Mergulhada em uma recessão histórica, a Espanha foi forçada, nesta sexta-feira (26/4), a revisar suas projeções econômicas e admitir que precisará de mais dois anos para sanear suas finanças, o que foi aprovado por Bruxelas.
Estas previsões, contidas no programa de estabilidade 2013-2016, vêm acompanhadas de um plano de reformas solicitado por Bruxelas, que pediu a correção dos desequilíbrios da economia espanhola, incapaz até agora de voltar a crescer e reduzir o alto desemprego.
Após um programa rigoroso de austeridade para economizar 150 bilhões de euros em dois anos, que afundou o país na recessão desde o final de 2011 e um desemprego de mais de 27% - 6 milhões de pessoas - o governo do conservador Mariano Rajoy descartou nesta sexta-feira continuar com os cortes ou aumentando os impostos, o que fará com que, até 2016, o déficit público não seja reduzido abaixo de 3%.
A Comissão Europeia considerou a medida coerente, "levando em conta a difícil situação econômica" da Espanha, disse nesta sexta-feira em um comunicado.
A iniciativa do governo espanhol também recebeu a aprovação da diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que expressou seu "firme apoio" aos objetivos do governo espanhol. "Não serão aumentados os grandes impostos: o de renda e do valor agregado", disse a vice-presidente e porta-voz Soraya Saénz de Santamaría, apesar de o governo não descartar introduzir outras taxas, como ambientais, e manterá a alta de impostos sobre a renda por mais um ano além do previsto.
O ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, lembrou "o esforço titânico de austeridade" realizado pelo país, após a chegada ao poder do executivo conservador, em dezembro de 2011, dirigido por Mariano Rajoy.
Apesar deste esforço, que não foi suficiente para cumprir os objetivos de déficit da União Europeia, o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, reivindicou novamente na quinta-feira reformas mais profundas.
A pressão vinda da Europa se choca com o profundo mal-estar social expresso em numerosas manifestações. Diante destas circunstâncias, o governo espanhol decidiu moderar a austeridade e elevar seu objetivo de déficit a 6,3% em 2013, bastante acima dos 4,5% iniciais.
Enquanto isso, a dívida da administração pública espanhola continuará crescendo: em 2013 será de 91,4% do PIB e em 2016 alcançará 99,8%, frente a 36,2% de 2007, antes do começo da crise.
A insistência do governo em reduzir o déficit, de 9,4% em 2011 a 7% em 2012, foi vista por muitos analistas como um obstáculo para a recuperação econômica e uma das causas do elevado desemprego do país. Por isso, o ministro da Economia Luis de Guindos apostou em equilibrar "a redução do déficit e o crescimento econômico" neste período. Segundo as estimativas do governo, a recuperação não será alcançada até 2014.
Depois de experimentar uma contração de 1,37% do PIB em 2012, a economia espanhola encolherá este ano 1,3%, longe de 0,5% previsto inicialmente. O desemprego, que no primeiro trimestre de 2013 chegou a seu máximo histórico, começará a decair, mas continuará afetando 26,7% da população ativa em 2014 e 25% em 2015.
Paralelamente, o governo conservador prosseguirá com as reformas estruturais. Entre elas, a reforma da administração pública, destinada a eliminar as numerosas duplicidades entre administração central, Comunidades Autônomas e Prefeituras, assim como iniciativas para apoiar a criação de empresas, fomentar os investimentos estrangeiros e os trabalhadores autônomos. Esta reforma, lembrou a porta-voz do governo, prevê especialmente um relaxamento do IVA.
O governo também está revisando o atual sistema de aposentadorias para "garantir seu futuro", o que, segundo algumas informações da imprensa, poderia atrasar ainda mais a idade de aposentadoria, atualmente fixada em 67 anos.
Na agenda política do governo espanhol também está a reforma do setor energético, que, no final de 2012, tinha um déficit acumulado de 29 bilhões de euros.
O executivo de Rajoy terá que enviar o quanto antes o plano nacional de reformas à Comissão Europeia, que prevê divulgar no dia 29 de maio suas recomendações para os países da UE e declarar oficialmente se decide flexibilizar mais uma vez as metas de déficit para a Espanha.
Estas previsões, contidas no programa de estabilidade 2013-2016, vêm acompanhadas de um plano de reformas solicitado por Bruxelas, que pediu a correção dos desequilíbrios da economia espanhola, incapaz até agora de voltar a crescer e reduzir o alto desemprego.
Após um programa rigoroso de austeridade para economizar 150 bilhões de euros em dois anos, que afundou o país na recessão desde o final de 2011 e um desemprego de mais de 27% - 6 milhões de pessoas - o governo do conservador Mariano Rajoy descartou nesta sexta-feira continuar com os cortes ou aumentando os impostos, o que fará com que, até 2016, o déficit público não seja reduzido abaixo de 3%.
A Comissão Europeia considerou a medida coerente, "levando em conta a difícil situação econômica" da Espanha, disse nesta sexta-feira em um comunicado.
A iniciativa do governo espanhol também recebeu a aprovação da diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que expressou seu "firme apoio" aos objetivos do governo espanhol. "Não serão aumentados os grandes impostos: o de renda e do valor agregado", disse a vice-presidente e porta-voz Soraya Saénz de Santamaría, apesar de o governo não descartar introduzir outras taxas, como ambientais, e manterá a alta de impostos sobre a renda por mais um ano além do previsto.
O ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, lembrou "o esforço titânico de austeridade" realizado pelo país, após a chegada ao poder do executivo conservador, em dezembro de 2011, dirigido por Mariano Rajoy.
Apesar deste esforço, que não foi suficiente para cumprir os objetivos de déficit da União Europeia, o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, reivindicou novamente na quinta-feira reformas mais profundas.
A pressão vinda da Europa se choca com o profundo mal-estar social expresso em numerosas manifestações. Diante destas circunstâncias, o governo espanhol decidiu moderar a austeridade e elevar seu objetivo de déficit a 6,3% em 2013, bastante acima dos 4,5% iniciais.
Enquanto isso, a dívida da administração pública espanhola continuará crescendo: em 2013 será de 91,4% do PIB e em 2016 alcançará 99,8%, frente a 36,2% de 2007, antes do começo da crise.
A insistência do governo em reduzir o déficit, de 9,4% em 2011 a 7% em 2012, foi vista por muitos analistas como um obstáculo para a recuperação econômica e uma das causas do elevado desemprego do país. Por isso, o ministro da Economia Luis de Guindos apostou em equilibrar "a redução do déficit e o crescimento econômico" neste período. Segundo as estimativas do governo, a recuperação não será alcançada até 2014.
Depois de experimentar uma contração de 1,37% do PIB em 2012, a economia espanhola encolherá este ano 1,3%, longe de 0,5% previsto inicialmente. O desemprego, que no primeiro trimestre de 2013 chegou a seu máximo histórico, começará a decair, mas continuará afetando 26,7% da população ativa em 2014 e 25% em 2015.
Paralelamente, o governo conservador prosseguirá com as reformas estruturais. Entre elas, a reforma da administração pública, destinada a eliminar as numerosas duplicidades entre administração central, Comunidades Autônomas e Prefeituras, assim como iniciativas para apoiar a criação de empresas, fomentar os investimentos estrangeiros e os trabalhadores autônomos. Esta reforma, lembrou a porta-voz do governo, prevê especialmente um relaxamento do IVA.
O governo também está revisando o atual sistema de aposentadorias para "garantir seu futuro", o que, segundo algumas informações da imprensa, poderia atrasar ainda mais a idade de aposentadoria, atualmente fixada em 67 anos.
Na agenda política do governo espanhol também está a reforma do setor energético, que, no final de 2012, tinha um déficit acumulado de 29 bilhões de euros.
O executivo de Rajoy terá que enviar o quanto antes o plano nacional de reformas à Comissão Europeia, que prevê divulgar no dia 29 de maio suas recomendações para os países da UE e declarar oficialmente se decide flexibilizar mais uma vez as metas de déficit para a Espanha.