postado em 27/04/2013 07:23
A dívida das famílias brasileiras com os bancos chegou a R$ 1,1 trilhão em março, quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma fatura considerada pesada por especialistas e com inadimplência elevada. Apenas no crédito com recursos livres ; empréstimos e financiamentos que não têm subsídio do governo ;, o calote chega a 7,6% do total, o equivalente a R$ 53,2 bilhões. Esses atrasos parecem, porém, longe de se resolver, sobretudo com a piora da inflação, que está corroendo o orçamento dos consumidores, cada vez mais comprometido com itens essenciais. Em 12 meses, a inadimplência cedeu apenas 0,3 ponto percentual.O avanço do endividamento dos brasileiros nos últimos cinco anos, segundo economistas, chama a atenção. Desde setembro de 2008, quando estourou a crise financeira internacional e o governo deu início a uma série de estímulos ao consumo, a dívida das famílias mais que dobrou: cresceu 115,3% no período. A base de clientes bancários, contudo, aumentou em ritmo mais moderado ; 24,9%. Ou seja, a maior parte da elevação do crédito decorreu da tomada de empréstimos e de financiamentos e da incidência de elevadas taxas de juros.
Apesar de a taxa média das operações estar em 34,5% ao ano, depois de ter recuado 6,6 pontos percentuais em 12 meses e 0,6 ponto em março, os juros no Brasil ainda estão entre os mais altos do mundo. O cheque especial, que recuou 32,2 ponto percentual no último ano, ainda cobra 137,9% ao ano, algo sem precedentes no mundo civilizado.