A prestação de contas com a Receita Federal termina hoje, mas o governo já decidiu que manterá a estratégia de devolver aos contribuintes o Imposto de Renda (IR) pago a mais por meio de megalotes. Segundo técnicos do Fisco, a primeira etapa de restituição, em junho, deverá movimentar entre R$ 2,6 bilhões e R$ 3 bilhões, beneficiando quase 2 milhões de pessoas. A ordem da presidente Dilma Rousseff é manter o poder de compra das famílias reforçado ao longo deste ano, como forma de o consumo sustentar crescimento de pelo menos 3% do Produto Interno Bruto (PIB). ;A estratégia de os primeiros lotes de restituição serem contundentes está mantida;, disse um integrante da equipe econômica.
Em junho do ano passado, o primeiro grupo de contribuintes recebeu R$ 2,5 bilhões em devolução do IR. O segundo, liberado em julho, movimentou R$ 2,6 bilhões. ;Portanto, não há como ser diferente neste ano. Como estamos vendo as famílias ainda muito endividadas e a inadimplência resistindo a cair, a tendência é de as restituições darem um alívio no orçamento doméstico;, disse o mesmo integrante da equipe econômica. ;Não podemos abrir brechas. O que pudermos fazer para manter o consumo aquecido, vamos fazer, sobretudo porque já não temos mais a obrigação de reter as devoluções para fazer superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública);, acrescentou.
O Leão, no entanto, mantém o apetite na hora de recolher o IR do trabalhadores. Em 2013, até março, os recursos pagos pelas pessoas físicas engordaram os cofres públicos em R$ 24,2 bilhões. Por dia, os trabalhadores pagaram R$ 269 milhões ao Leão, seja diretamente nos contracheques, seja por meio da venda de bens que tenham resultado algum ganho, mesmo que mínimo. Esses valores são 4% menores do que os computados no mesmo período de 2012, mas não porque o Fisco tenha dado um alívio.