Começa na quarta-feira (1;/5) a última etapa do processo de escolha do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). São grandes as chances na disputa do representente do Brasil no órgão, embaixador Roberto de Azevêdo. O mexicano Herminio Blanco é o único adversário dele nesta fase final de consultas aos 159 países-membros, que vai até a próxima terça, 7 de maio. O cargo, hoje do francês Pascal Lamy, será pela primeira vez ocupado por um latino-americano.
Embora os dois candidatos afirmem ter apoio em todas as regiões do mundo, é clara a preferência dos países mais desenvolvidos por Blanco e das nações de menor renda por Azevêdo. O México é visto com desconfiança por grande parte dos africanos e asiáticos por integrar ; e atualmente dirigir ; a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma espécie de clube dos países ricos, com sede em Paris.
O Brasil tem uma rede de embaixadas mais extensa que a do México, incluindo países pequenos da África e da Ásia. E, em contraste com os mexicanos, é também visto como uma nação menos alinhada aos interesses dos europeus e sobretudo dos norte-americanos. Por isso, a lista de potenciais apoiadores do brasileiro inclui não apenas países pobres, mas também potências em desenvolvimento, como a Índia e a China ; que ainda não se manifestaram publicamente, porém, nesta fase da escolha. Países latino-americanos estão divididos: os bolivarianos com o brasileiro; os demais, em grande parte, com o mexicano.