Economia

Índice de desemprego bate novo recorde em março na Eurozona a 12,1%

Mais 62.000 pessoas entraram para a lista de pessoas em busca de trabalho, segundo a agência de dados da Eurozona

Agência France-Presse
postado em 30/04/2013 09:29
Bruxelas - O índice de desemprego na Eurozona bateu um novo recorde em março, a 12,1% da população economicamente ativa, um número que deve alimentar a rejeição pela austeridade, no momento em que o novo primeiro-ministro italiano deve pleitear em Berlim por um plano de recuperação.

Março foi o 23; mês consecutivo de aumento do índice de desemprego, que agora atinge 19,2 milhões de pessoas na zona do euro. Mais 62.000 pessoas entraram para a lista de pessoas em busca de trabalho, segundo a agência de dados da Eurozona.

No conjunto da União Europeia (UE), o desemprego alcançou a marca de 26,5 milhões de pessoas, ou seja, 10,9%, com mais 69.000 desempregados em comparação ao mês anterior.

A Grécia continua como o país da Eurozona com maior taxa de desemprego, 27,2%, segundo os dados de janeiro. A Espanha aparece em seguida, com 26,7% em março. E nada, nos planos adotados pelos países que receberam ajuda financeira, parece inverter a tendência a curto prazo.

[SAIBAMAIS] Desta forma, o Parlamento grego adotou no domingo à noite uma lei implementando novas medidas impostas pela troika de credores (UE-BCE e FMI), que prevê a demissão até o final de 2014 de 15.000 funcionários públicos.

No Chipre, o Parlamento discutirá hoje o plano de resgate da ilha de 10 bilhões de euros. Irlanda e Portugal, também submetidos a programas de ajuda, reafirmaram recentemente seus compromissos orçamentários, mas "consideraram que a Europa pode fazer mais pelo crescimento do emprego", ressaltou a primeira-ministra irlandesa, Enda Kenny.

Em Lisboa, o governo deve definir uma estratégia orçamentária de médio prazo incluindo novas medidas de austeridade, uma condição exigida pela troika para um novo empréstimo de 2 bilhões de euros. O novo programa prevê a diminuição do orçamento de todos os ministérios, assim como nos gastos na saúde, educação e seguridade social, o que tem provocado muitas críticas.



Neste contexto, o novo primeiro-ministro italiano Enrico Letta, que obteve nesta terça-feira a confiança dos deputados e do Senado, se prepara para um giro europeu que o levará esta noite a Berlim.

Será para Letta, à frente de um governo de coalizão, uma "primeira e delicada missão para convencer os principais interlocutores europeus que a Itália mantém seus compromissos com a UE, mas necessita de uma margem de autonomia mais ampla para parar a recessão", escreveu o editorialista do jornal La Stampa, Marcello Sorgi.

Para o jornal Corriere della Sera, Letta e a chanceler alemã Angela Merkel, "símbolo do rigor e da austeridade imposta a todos os países que apresentaram desequilíbrios orçamentários e um endividamento elevado", vão discutir o fato da "Itália estar morrendo por muito saneamento".

O primeiro-ministro italiano prosseguirá sua viagem por Bruxelas e Paris quarta e quinta-feira. Será recebido amanhã pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e quinta-feira pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

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