Agência France-Presse
postado em 06/05/2013 11:14
Atenas - A Grécia fez progressos, "percorreu um longo caminho" para corrigir suas contas públicas, e "atualmente, o maior desafio continua sendo reativar o crescimento", disse nesta segunda-feira (6/5) o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório. Além do "progresso feito pelo país para superar seus problemas" e "os esforços" para reativar sua economia, o FMI destaca a necessidade de "continuar com as reformas estruturais" e afirma que "o desafio maior é o restabelecimento da confiança" para "reativar a economia".Reconhecendo que esses avanços "foram efetuados em um contexto de recessão muito grave e dolorosa", o FMI lembra a importância "de melhorar a confiança no país para atrair investimentos" e sair da crise. "O retorno do crescimento é uma condição prévia para que a Grécia tenha êxito", destaca o relatório, redigido pela missão do FMI e de representantes da União Europeia que controla regularmente as contas do país desde abril.
[SAIBAMAIS]Os credores da Grécia, a UE e o FMI, desbloquearam há uma semana a parcela de 2,8 bilhões de euros de um empréstimo ao país atrasado desde março. "Os progressos da Grécia foram facilitados pelo apoio sem precedente da comunidade internacional ao país", lembra o FMI.
A instituição financeira internacional diz, contudo, que para superar a recessão que atinge o país pelo sexto ano consecutivo, a Grécia deve continuar com as reformas estruturais, que até agora são insuficientes. Na sexta-feira, a Comissão Europeia publicou as previsões econômicas em que estima que o crescimento retornará à Grécia em 2014, depois de seis anos de recessão. No próximo ano, Atenas registraria um crescimento de 0,6% do PIB.
A Comissão considerou que o PIB voltará a se contrair 4,2% este ano, mas crescerá em 2014, apesar do desemprego continuar elevado, em 27% em 2013 e 26,4% em 2014. Deve-se destacar, diz o FMI, a "estabilidade política", "a luta contra a evasão fiscal", onde "foram feitos poucos avanços", e a redução da quantidade de funcionários.
A grande preocupação da UE e do FMI, que resgataram a Grécia da falência, injetando 240 bilhões de euros desde 2010, continua sendo o nível muito elevado da dívida grega. "A dívida pública grega continua sendo muito elevada" apesar dos dois perdões pelos credores em 2012, afirmou o FMI.
Segundo o objetivo fixado em novembro de 2012 pelos ministros das Finanças da zona do euro, a Grécia deve limitar sua dívida a 124% do PIB até 2020.