Economia

Itália pede ação rápida da UE contra o desemprego entre os jovens

Um em cada quatro pessoas com menos de 25 anos estava desempregada na União Europeia em março

Agência France-Presse
postado em 06/05/2013 19:13
MADRI - O novo premiê da Itália pediu à União Europeia nesta segunda-feira (6/5) que aja rapidamente para combater o problema do alto desemprego entre os jovens, solicitando que o assunto esteja no topo da agenda do encontro de líderes da UE no próximo mês.

"Acredito que o desemprego juvenil realmente deve estar no centro de tudo. Não pode ser que líderes políticos achem normal que um em dois, ou um em três jovens europeus não trabalhem", disse o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta em uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo espanhol, Mariano Rajoy.

"Não pode ser, isso não é normal, isso é insustentável, é impossível. A luta contra o desemprego entre os jovens deve ser nossa obsessão. Sem trabalho, os jovens de fora do continente não tem esperança.

Um em cada quatro pessoas com menos de 25 anos, ou 23,5%, estava desempregada na União Europeia em março, mas quase dois em três eram gregos ou espanhóis, de acordo com novos dados divulgados na semana passada pela Eurostat, a agência de estatísticas da UE.

Na Grécia, a cifra do desemprego entre os jovens era de 59,1% em janeiro, segundo os últimos dados disponíveis, e em março, atingiu 55,9% na Espanha, 38,4% na Itália e 38,3% em Portugal.



Letta, que foi empossado como primeiro-ministro da Itália no mês passado depois de um impasse político de dois meses, disse que seria "imperdoável" se os 27 líderes da União Europeia fracassarem em apresentar ideias concretas para enfrentar o desemprego na reunião de 27 e 28 de junho.

Tanto Letta como Rajoy pediram aos 17 países da união monetária para agirem rapidamente rumo a uma união bancária completa para estabilizar o setor financeiro do bloco e para fazer mais para estimular o crescimento econômico.

O primeiro-ministro afirmou que acredita que as soluções que serão boas para os países do sul da Europa, cujas economias estão se contraindo, serão boas para o continente como um todo, incluindo a Alemanha.

Como a maior economia da União Europeia, a Alemanha teme que uma união bancária signifique novos custos para resgatar os bancos em dificuldades em outras nações da Europa. Berlim incentivou os estados membros a se focar na austeridade para controlar os déficits públicos inflados.

"Estou certo de que a Alemanha pode entender que este esforço é a favor da Europa e, por isso, a favor da Alemanha. Se a demanda interna em todas as nações europeias desaparecer, então, ninguém será poupado", disse Letta.

"Estamos todos no mesmo barco, o mercado comum europeu, e é do interesse de todos que o crescimento seja estimulado e o desemprego, reduzido", acrescentou.

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