Economia

Novo diretor-geral do OMC promete recuperar o prestígio da entidade

Ele reconhece que terá muitos desafios pela frente. Entre as principais metas estão combater as barreiras e ressuscitar a Rodada Doha

Rosana Hessel
postado em 09/05/2013 07:16

O diplomata fala, em Genebra, na Suíça, sobre a missão à frente da organização. O apoio dos países emergentes e dos Brics foi fundamental para a escolha dele

O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, escolhido pelo Conselho-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para comandar a instituição no lugar do francês Pascal Lamy ; no cargo desde 2005 ;, assumirá o posto em um momento crítico. Sua principal missão será recuperar o prestígio da entidade, que perdeu peso após a crise financeira global, tentando ressuscitar as negociações multilaterais em um mundo que partiu para o bilateralismo e ficou mais protecionista.

Não à toa, ontem, em sua primeira entrevista após o resultado da seleção, Azevêdo afirmou que pretende combater as barreiras comerciais e sinalizou a busca pela retomada das negociações multilaterais. ;O protecionismo é generalizado, nós temos de lutar contra ele;, afirmou o embaixador, em Genebra, na Suíça. A escolha de seu nome teve o apoio de grande parte dos países emergentes. Fontes do governo brasileiro computaram, pelo menos, 93 votos dos 159 países-membros ligados à OMC. Nações da África e os demais parceiros do Brasil no Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) tiveram um papel decisivo no processo.



[SAIBAMAIS]Durante toda a campanha, Azevêdo defendeu o multilateralismo e a retomada das negociações da Rodada Doha e da liberalização do comércio global, iniciada em 2001 e parada desde 2008, com o estouro da crise financeira global. ;Temos de encontrar uma solução. Isso vai destravar a OMC;, disse ele, reconhecendo que o organismo atravessa uma crise e que necessita recuperar a sua relevância.

O novo diretor-geral também destacou a importância da América Latina e disse que isso ajudou na sua eleição. ;Trata-se de uma região cada vez mais influente no comércio mundial. É um forte ator nas negociações. E eu acho que essa crescente participação nas negociações é uma consequência natural;, afirmou.
O desafio do engenheiro formado pela Universidade de Brasília (UnB) será enorme. ;O Azevêdo pegará a presidência da OMC em um momento delicado. Mas toda crise abre espaço para novos paradigmas. Ele poderá fazer história ou passar despercebido;, destacou o economista da agência de risco Austin Ratings, Felipe Queiroz. Para ele, a vitória brasileira na OMC é mais política do que econômica. ;Não deve mudar nada para o comércio nem para a economia do país. Ele apenas ganhará mais prestígio.;

Ele reconhece que terá muitos desafios pela frente. Entre as principais metas estão combater as barreiras e ressuscitar a Rodada Doha

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