Economia

Manutenção dos indicadores sociais exige crescimento do PIB acima de 3%

O economista reiterou que o crescimento do PIB é vital para que os ganhos obtidos pelo Brasil em redução da desigualdade e da pobreza

postado em 15/05/2013 19:27
Rio de Janeiro - Se o Brasil quiser manter o avanço dos indicadores sociais registrado entre 1970 e 2011, terá de perseguir um crescimento econômico acima de 3% ou 5% por ano. A conclusão é do estudo Desenvolvimento Social no Brasil, apresentado nesta quarta-feira (15)/5 no 25; Fórum Nacional, no Rio, pelo economista Roberto Cavalcanti de Albuquerque, diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).

Segundo ele, o grande progresso social apresentado pelo Brasil nos últimos 40 anos está acoplado ao próprio crescimento econômico do país. ;Quando o desempenho da economia cai, a tendência dos indicadores sociais é empobrecer, é perder força;, disse Albuquerque à Agência Brasil.

Os números mostram que nos anos de 1970, que tiveram forte expansão econômica, o indicador de desenvolvimento social cresceu 4% ao ano, enquanto no período de 1990 a 2000, considerado sombrio para a economia brasileira, o crescimento de vários indicadores foi negativo, entre eles os de emprego e de educação, ressaltou o economista.

Na avaliação do diretor do Inae, a retomada registrada a partir de 2000 até 2010 não foi, porém, suficiente para preencher a lacuna existente. ;De forma que no período todo (de 1970 a 2011), o crescimento do indicador social chave, que é o Índice de Desenvolvimento Social (IDS), foi apenas de 2% ao ano;. Isso explica, segundo ele, o atraso brasileiro com relação a outros países que tiveram um desempenho melhor, tanto econômico como social.



Roberto Albuquerque não tem dúvidas que a alavancagem do crescimento social requer que o país volte a crescer de maneira significativa. Uma condição, inclusive, para manter os atuais níveis de pobreza, que são muito baixos, indicou. ;Na medida em que não houver um crescimento de 3%, 4% ou 5% ao ano, pelo menos, a tendência vai ser deterioração. Inclusive, das indicações de pobreza e de pobreza crítica;.

O economista reiterou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, é vital para que os ganhos obtidos pelo Brasil em redução da desigualdade e da pobreza, ;no mínimo, se estabilizem;.

O estudo mostrou que houve uma convergência do avanço social por regiões do país no período pesquisado. ;O Nordeste cresce mais em desenvolvimento social que a média do país. O Centro-Oeste, sobretudo, cresce muito. Então, houve uma convergência, do ponto de vista espacial;. Entre 1970 e 2010, o IDS do Nordeste evoluiu 3,2% ao ano, passando da nota 1,90 para 6,83, e o do Centro-Oeste, 2,4% ao ano (de 3,28 para 8,46). ;As regiões do Nordeste, Norte e Centro-Oeste apresentam maior rapidez no seu processo de evolução social;, disse.

Os indicadores sociais na área rural, embora ainda permaneçam distantes dos observados no meio urbano, cresceram mais do que esses últimos, ressaltou Albuquerque. ;Essa é uma indicação positiva e importante. Está havendo uma convergência de indicadores;. O Índice de Inclusão Social (IIS) urbano foi 2,12 vezes superior ao rural, em 2001. Esse hiato diminuiu para 1,61 em 2011, o que mostra que a defasagem entre os IIS do meio urbano brasileiro e do meio rural caiu 23,9% no período.

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