Agência France-Presse
postado em 17/05/2013 18:29
MADRI - Miguel Blesa, ex-presidente da Caja Madrid, um símbolo do fiasco bancário espanhol, se transformou no primeiro grande banqueiro a ser preso, embora por pouco tempo, desde o começo da crise bancária no país.
Próximo ao conservador Partido Popular do chefe do governo Mariano Rajoy, Blesa, de 65 anos, passou a noite de quinta para sexta-feira (17/5) em uma prisão madrilena por decisão de um magistrado que examina sua gestão da caixa de poupança e lhe impôs uma fiança de 2,5 milhões de euros.
O ex-banqueiro conseguiu reunir a quantia na tarde desta sexta-feira (17/5) e deixou a prisão em poucos minutos, segundo explicou à AFP uma porta-voz das instituições penitenciárias espanholas.
Na quinta-feira (16/5), o juiz de instrução Elpidio José Silva ordenou a prisão preventiva pelo "inegável risco de fuga" de Blesa que, entre outras, investiga a compra em 2008 pela Caja Madrid de um banco norte-americano envolvido no escândalo das ;subprimes;, o City National Bank of Florida.
Silva vê "indícios racionais de responsabilidade criminal" na aquisição, realizada por um total de 1,117 bilhão de dólares quando o valor real da entidade era, afirma, de 581 milhões.
"Isso implica perdas de mais de 500 milhões de euros", disse o magistrado em sua decisão, para quem esta operação se insere em uma "péssima gestão bancária" que ocasionou o "risco sistêmico da Caja Madrid no contexto da crise econômica".
A operação foi realizada "sem autorização da Comunidade de Madri, que era a entidade supervisora, o Banco de Espanha declarou que o preço pago era o dobro (...) e até o regulador norte-americano disse que este banco não tinha controles", afirmou nesta sexta-feira em coletiva de imprensa o advogado da acusação, Luis Pineda.
Pineda, que representa a organização de ultra-direita Mãos Limpas na ação contra Blesa, que originou a investigação, considerou que responsáveis da Caja Madrid podem ter embolsado "mais de cem milhões de dólares em comissões" com a operação.
Próximo ao conservador Partido Popular do chefe do governo Mariano Rajoy, Blesa, de 65 anos, passou a noite de quinta para sexta-feira (17/5) em uma prisão madrilena por decisão de um magistrado que examina sua gestão da caixa de poupança e lhe impôs uma fiança de 2,5 milhões de euros.
O ex-banqueiro conseguiu reunir a quantia na tarde desta sexta-feira (17/5) e deixou a prisão em poucos minutos, segundo explicou à AFP uma porta-voz das instituições penitenciárias espanholas.
Na quinta-feira (16/5), o juiz de instrução Elpidio José Silva ordenou a prisão preventiva pelo "inegável risco de fuga" de Blesa que, entre outras, investiga a compra em 2008 pela Caja Madrid de um banco norte-americano envolvido no escândalo das ;subprimes;, o City National Bank of Florida.
Silva vê "indícios racionais de responsabilidade criminal" na aquisição, realizada por um total de 1,117 bilhão de dólares quando o valor real da entidade era, afirma, de 581 milhões.
"Isso implica perdas de mais de 500 milhões de euros", disse o magistrado em sua decisão, para quem esta operação se insere em uma "péssima gestão bancária" que ocasionou o "risco sistêmico da Caja Madrid no contexto da crise econômica".
A operação foi realizada "sem autorização da Comunidade de Madri, que era a entidade supervisora, o Banco de Espanha declarou que o preço pago era o dobro (...) e até o regulador norte-americano disse que este banco não tinha controles", afirmou nesta sexta-feira em coletiva de imprensa o advogado da acusação, Luis Pineda.
Pineda, que representa a organização de ultra-direita Mãos Limpas na ação contra Blesa, que originou a investigação, considerou que responsáveis da Caja Madrid podem ter embolsado "mais de cem milhões de dólares em comissões" com a operação.
As caixas de poupança espanhola, muitas delas centenárias e concentradas em suas regiões de origem, experimentaram nos anos 2000 uma expansão descontrolada, impulsionada pela bolha imobiliária, que precipitou a crise do setor bancário.
Nos últimos meses, o executivo de Rajoy realizou um "esforço para realizar uma profunda transformação do sistema financeiro e em particular do sistema de caixas" de poupança para "despolitizá-las", lembrou na sexta-feira a vice-presidente do governo, Soraya Saénz de Santamaría.
Nomeado presidente da Caja Madrid em 1996, Blesa, próximo ao ex-chefe de governo José María Aznar, do Partido Popular (PP, direita), abandonou o cargo em 2009, antes desta e outras seis caixas de poupança menores se fundirem para formar o Bankia.
O resgate milionário desse banco, que teve que ser nacionalizado em 2012 para evitar a quebra, precipitou uma ajuda europeia aos bancos espanhóis de até 100 bilhões de euros.
Esta ajuda pública aos bancos, em um momento em que a economia espanhola se vê asfixiada pela recessão e um desempenho recorde, provocou a indignação de boa parte da opinião pública, em um país onde não deixam de se multiplicar os escândalos de corrupção e fraude.
O sucessor de Blesa à frente da Caja Madrid e posteriormente presidente do Bankia até um ano atrás, Rodrigo Rato, ex-ministro da Economia de Aznar e ex-diretor gerente do FMI, é acusado, junto com outros 32 responsáveis do banco, por fraude, apropriação indébita, delitos contábeis e falsificação de documentos em relação a suas perdas milionárias.
Com a prisão de Blesa, "foi colocada em prática um processo de apuração de responsabilidades que até hoje ainda não tinha acontecido", considerou Pineda.
"Este país precisa da tranquilidade de que, quem faz, paga; quem mete a mão, irá para a cadeia e terá que pagar", acrescentou, acrescentando que o Mãos Limpas também apresentou uma ação contra o ex-diretor do Banco de Espanha, Francisco Fernández Ordóñez.