Economia

Sem investimento correto, indústria brasileira aumenta dependência externa

O governo até tentou reverter o quadro, mas o investimento privado continua tímido. Para economistas, se o quadro não mudar, restará como armas apenas a desvalorização do real e o protecionismo comercial

postado em 19/05/2013 08:00
Adriana Machado, da GE, defende o desenvolvimento regionalizado

[SAIBAMAIS]Sem olhar no rumo da inovação, o Brasil corre sério risco de ampliar o processo batizado de desindustrialização. Desde 2009, o país passou a exportar mais commodities (matérias-primas agrícolas e minerais) que manufaturados, tendência que o coloca em maior dependência das variações das cotações internacionais de produtos básicos, leia-se da demanda chinesa. Embora tenha agregado menos valor à sua pauta no mercado exterior, os preços elevados de minério e soja deixaram menos visível o problema.

Mas o aumento do consumo de itens industrializados e a rendição das fábricas nacionais à penetração de competidores externos, sobretudo asiáticos, evidenciaram a urgência da inovação. O governo até tentou reverter o quadro, mas o investimento privado continua tímido. Para economistas, se o quadro não mudar, restará como armas apenas a desvalorização do real e o protecionismo comercial.



A liderança da inovação brasileira em certos ramos ; Petrobras (exploração de petróleo e gás em águas profundas), Embrapa (genética da agropecuária tropical) e Embraer (aeronaves da aviação regional) ; só confirma a regra da desconexão entre ideias inovadoras e investimento industrial privado. Em seguida às três grandes e unânimes exceções, surge um segundo grupo, formado pela Marco Polo (ônibus), pela Natura (cosmésticos), pela WEG (motores elétricos) e por fabricantes de máquinas agrícolas, entre outros. Mas a realidade que incomoda é a de manufaturados de fora ocupando rápido as prateleiras e os componentes importados avançando nos produtos made in Brazil.

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