Economia

Nos últimos 20 anos, OMC não fez negociações bem-sucedidas, diz Azevêdo

Azevêdo reiterou que se não houver empenho para fortalecer as negociações multilaterais, a tendência é que sejam firmados acordos fora do órgão

postado em 23/05/2013 11:49
Azevêdo é o primeiro brasileiro eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC)

Primeiro brasileiro eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, condenou hoje (23) a paralisia das negociações multilaterais, lembrando que há uma ;escassez; de tempo em busca da retomada dessas negociações. Ele destacou que há 20 anos não há negociações bem-sucedidas na âmbito da OMC que, em sua opinião, deixou de evoluir e acompanhar as mudanças na realidade mundial.

Azevêdo reiterou que se não houver empenho para fortalecer as negociações multilaterais, a tendência é que sejam firmados acordos fora do órgão. ;Eu assumo a organização importante, no momento crítico, o sistema totalmente paralisado, as negociações estão emperradas, mais ou menos há 20 anos. Até hoje nenhuma negociação foi totalmente bem-sucedida. Não há tempo mais para ficar nessa paralisia;, ressaltou o embaixador, que participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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Azevêdo defendeu empenho para romper com a tendência que ocorre há duas décadas. ;É importante quebrar isso. É importante trazer o sistema para a realidade de hoje. Uma realidade [que, comparada a duas décadas,] evoluiu. O mundo mudou e a organização não se atualizou. A preocupação é que as negociações migrem para fora;, disse.

O embaixador destacou que o aumento de negociações fora da OMC não deve ser visto apenas pelo aspecto negativo. ;Não acho que essas iniciativas bilaterais sejam ruins. Elas testam as regras. Mas se o sistema continuar paralisado, haverá uma desconexão muito grande entre as regras e as normas;, acrescentou.

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Azevêdo alertou, no entanto, que essas negociações bilaterais podem gerar dificuldades na busca por acordos multilaterais, pois provocam desvantagens aos países cujas economias são menores . ;Isso vai dificultar as negociações internacionais, exatamente no caso dos países que têm economias menores, que raramente estão no centro dessas negociações;, destacou.

O embaixador brasileiro assume o cargo de diretor-geral da OMC em 1; de setembro, em substituição ao francês Pascal Lamy. O mandato é de quatro anos, com direito à reeleição.

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