Economia

Rodada do TPP no Peru encerra com avanços, mas ainda há desafios

Depois de dez dias de negociações sigilosas, os negociadores de onze países que integram o grupo admitiram que "persistem os desafios em áreas como propriedade intelectual, meio ambiente, concorrência e assuntos trabalhistas", segundo informou o representante peruano

Agência France-Presse
postado em 24/05/2013 20:21
Lima - A XVII Rodada de Negociações do Acordo de Associação Transpacífica (TPP) terminou nesta sexta-feira (24/5) em Lima com "progressos significativos", informou o negociador peruano Edgar Vásquez, que admitiu que ainda estão pendentes desafios em áreas sensíveis, que serão abordados na próxima rodada na Malásia, em julho.

Depois de dez dias de negociações sigilosas, os negociadores de onze países que integram o grupo admitiram que "persistem os desafios em áreas como propriedade intelectual, meio ambiente, concorrência e assuntos trabalhistas", segundo informou o representante peruano. "É um processo muito complexo em que são abordados temas complexos em que tentamos buscar um denominador comum", acrescentou, observando que as delegações atuam com "mentalidade aberta e a flexibilidade necessária para tentar cumprir a meta de concretizar o TPP antes do fim de ano".

Os negociadores, que representam Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Brunei, Estados Unidos, Malásia, Cingapura, Vietnã, Peru, Chile e México decidiram se reunir na Malásia de 15 a 25 de julho, com a participação do Japão. Barbara Weisel, a representante norte-americana, disse que a discussão foi "muito construtiva" e se mostrou satisfeita com os "avanços alcançados".

Vásquez disse que "é preciso tempo adicional" para as negociações sobre temas de acesso a mercados para mercadorias, contratação pública, serviços e investimentos. Ele afirmou que foram feitos "progressos significativos em capítulos como medidas sanitárias e fitossanitárias, defesa comercial, comércio eletrônico, comércio transfronteiriço de serviços, regras de origem e assuntos legais institucionais".



Vásquez destacou que todos os países têm direito a apresentar suas propostas, mas que isso não significa que a simples apresentação leve à aprovação.

Organizações civis internacionais e diversas ONGs expressaram preocupação com propostas dos Estados Unidos que buscariam impulsionar maiores proteções à propriedade intelectual, o que abriria o caminho a monopólios de patentes na indústria farmacêutica, acarretando o aumento dos preços dos fármacos. Elas também destacaram que Washington busca regulações sobre a propriedade intelectual da internet.

O TPP, cujas negociações começaram em 2004, busca criar a maior zona de livre comércio do mundo em ambas as margens do Pacífico.

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