Agência France-Presse
postado em 27/05/2013 16:41
O Brasil confirmou que a África é uma prioridade de sua agenda de política externa ao anunciar que perdoará e reestruturará dívidas de 12 nações desse continente, rico em recursos naturais, onde tanto Brasil como a China buscam ampliar sua influência. A presidente Dilma Rousseff anunciou o perdão e a reestruturação de uma dívida de 900 milhões de dólares no sábado em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou das celebrações dos 50 anos da União Africana.
Ela também anunciou que o Brasil, sétima economia do planeta, que há uma década estendeu sua presença no continente africano, criará uma agência internacional de Comércio e Cooperação para África e América Latina. "Para nós é muito importante a relação com o continente africano", afirmou Rousseff.
O Brasil "entendeu bem que a África é a última fronteira da economia global, onde veremos altas taxas de crescimento nas próximas décadas", destacou, Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas. "Essa política reflete um interesse econômico na África, mas também político: há 54 países africanos na ONU, onde o Brasil aspira a um posto permanente do Conselho de Segurança; esses países ajudaram a eleger recentemente um brasileiro (Roberto Azevêdo) como diretor geral da OMC, acrescentou.
Rousseff continuou a política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (2003-2010), que transformou a África em uma prioridade da agenda externa brasileira, no marco de sua defesa das relações "Sul-Sul".
As trocas comerciais entre Brasil e África passaram de 5 bilhões de dólares em 2002 a 26,5 bilhões em 2012 e foram criadas 20 embaixadas na região que hoje somam 37 e são uma das principais presenças diplomáticas.
Grandes empresas brasileiras se expandiram na África, principalmente as construtoras, com obras gigantes obras de infraestrutura, e a Petrobras, que foram seguidas por bancos a fabricantes de ônibus. A Vale, maior produtora mundial de ferro, está em nove países africanos com investimentos de 7,7 bilhões de dólares.
O BNDES desembolsou 682 milhões de dólares em 2012 para empresas brasileiras com projetos na África, 46% a mais que em 2011.
Apesar de crescente, a presença brasileira na África ainda é pequena comparada com a da China, mas seus projetos se "encaixam muito bem com o momento de desenvolvimento do continente", por exemplo, em cooperação técnica em produção agrícola e outros programas de transferência da experiência brasileira.
O Brasil também coopera com programas sociais e de segurança alimentar, além de saúde e produção de biocombustíveis. "Na última década, o Brasil se transformou no principal ator no continente, competindo com a China e a Índia por influência e acordos comerciais" apesar de estar menos interessado nos recursos naturais, que já possui, e mais em "um mercado promissor para seus bens e serviços", destaca um estudo divulgado pelo instituto de Relações Internacionais, Chatham House.
A participação do Brasil na África, acrescenta, "não deve ser vista como uma estratégia puramente econômica. Reflete suas ambições de ser reconhecido como um ator principal na política internacional".
Os países beneficiados pela decisão do Brasil de perdoar ou reestruturar a dívida são: Congo, Costa do Marfim, Gabão, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Mauritânia, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Senegal, Sudão, Tanzânia e Zâmbia.
Os países com as maiores dívidas e mais beneficiados são República do Congo, com um débito de 352,6 milhões de dólares e a Tanzânia, com 237 milhões, ambas reestruturadas. A maioria dessas dívidas tem origem nas décadas de 70 e 80.
Ela também anunciou que o Brasil, sétima economia do planeta, que há uma década estendeu sua presença no continente africano, criará uma agência internacional de Comércio e Cooperação para África e América Latina. "Para nós é muito importante a relação com o continente africano", afirmou Rousseff.
O Brasil "entendeu bem que a África é a última fronteira da economia global, onde veremos altas taxas de crescimento nas próximas décadas", destacou, Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas. "Essa política reflete um interesse econômico na África, mas também político: há 54 países africanos na ONU, onde o Brasil aspira a um posto permanente do Conselho de Segurança; esses países ajudaram a eleger recentemente um brasileiro (Roberto Azevêdo) como diretor geral da OMC, acrescentou.
Rousseff continuou a política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (2003-2010), que transformou a África em uma prioridade da agenda externa brasileira, no marco de sua defesa das relações "Sul-Sul".
As trocas comerciais entre Brasil e África passaram de 5 bilhões de dólares em 2002 a 26,5 bilhões em 2012 e foram criadas 20 embaixadas na região que hoje somam 37 e são uma das principais presenças diplomáticas.
Grandes empresas brasileiras se expandiram na África, principalmente as construtoras, com obras gigantes obras de infraestrutura, e a Petrobras, que foram seguidas por bancos a fabricantes de ônibus. A Vale, maior produtora mundial de ferro, está em nove países africanos com investimentos de 7,7 bilhões de dólares.
O BNDES desembolsou 682 milhões de dólares em 2012 para empresas brasileiras com projetos na África, 46% a mais que em 2011.
Apesar de crescente, a presença brasileira na África ainda é pequena comparada com a da China, mas seus projetos se "encaixam muito bem com o momento de desenvolvimento do continente", por exemplo, em cooperação técnica em produção agrícola e outros programas de transferência da experiência brasileira.
O Brasil também coopera com programas sociais e de segurança alimentar, além de saúde e produção de biocombustíveis. "Na última década, o Brasil se transformou no principal ator no continente, competindo com a China e a Índia por influência e acordos comerciais" apesar de estar menos interessado nos recursos naturais, que já possui, e mais em "um mercado promissor para seus bens e serviços", destaca um estudo divulgado pelo instituto de Relações Internacionais, Chatham House.
A participação do Brasil na África, acrescenta, "não deve ser vista como uma estratégia puramente econômica. Reflete suas ambições de ser reconhecido como um ator principal na política internacional".
Os países beneficiados pela decisão do Brasil de perdoar ou reestruturar a dívida são: Congo, Costa do Marfim, Gabão, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Mauritânia, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Senegal, Sudão, Tanzânia e Zâmbia.
Os países com as maiores dívidas e mais beneficiados são República do Congo, com um débito de 352,6 milhões de dólares e a Tanzânia, com 237 milhões, ambas reestruturadas. A maioria dessas dívidas tem origem nas décadas de 70 e 80.