Economia

Merkel e Hollande querem adotar proposta sobre crescimento e emprego

"Reconhecemos que o saneamento fiscal e o crescimento são duas faces da mesma moeda e não são, em absoluto, contraditórios", destacou a chanceler alemã

Agência France-Presse
postado em 30/05/2013 16:55
No final de uma reunião de trabalho, Merkel e Hollande apresentaram uma

Paris - A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande manifestaram nesta quinta-feira em Paris sua vontade comum de reforçar o crescimento e a competitividade na Europa e se pronunciaram a favor de um reforço da zona do euro e de medidas em prol do emprego, visando o próximo conselho europeu.

No final de uma reunião de trabalho no palácio presidencial do Eliseu, Merkel e Hollande apresentaram uma "contribuição para reforçar a competitividade e o crescimento" na União Europeia, no mesmo momento em que foi anunciado que o desemprego na França atingiu, em abril, um novo recorde, com 3,26 milhões de desempregados.

Esta contribuição prevê o desembolso de 6 bilhões de euros em dois anos para o emprego juvenil nos países mais afetados.

A reunião europeia de 27 e 28 de junho abordará as questões econômicas do crescimento, a competitividade e o emprego, em particular o dos jovens. Nessa perspectiva, a contribuição da França e da Alemanha será publicada antes e submetida aos outros 25 países da União Europeia(UE).

Merkel e Hollande também propuseram uma reforma da forma de governo da zona do euro, defendendo um "presidente em tempo integral" do Eurogrupo ao invés de um ministro em exercício em um dos países. Atualmente, o ministro holandês de Finanças, que sucedeu o luxemburguês Jean-Claude Juncker, exerce o cargo.

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Hollande já tinha evocado essa questão em uma coletiva de imprensa no dia 16 de maio, ao propor um "governo econômico europeu". "Necessitamos mais coordenação da política econômica", para "uma melhor cooperação, em particular dentro do Eurogrupo", afirmou Merkel. "Duas faces da mesma moeda"

"Reconhecemos que o saneamento fiscal e o crescimento são duas faces da mesma moeda e não são, em absoluto, contraditórios", destacou a chanceler alemã.

É preciso "deixar de pensar que a França quer escapar da disciplina orçamentária. Esse pode ter sido o caso no passado, mas, há um ano, temos colocado ordem e não foi fácil tomar essas decisões", comentou o presidente francês. "Cada vez que se fala da França e da Alemanha é a mesma coisa, acredita-se que não estamos de acordo, quando, na maior parte das vezes, estamos", acrescentou.

Na véspera da visita da chanceler, François Hollande respondeu asperamente à Comissão europeia, dizendo que ela não tem motivos para ditar à França o que deve fazer, depois que Bruxelas pediu ao governo francês para realizar reformas nas aposentadorias e no mercado de trabalho.

O dia de trabalho de Angela Merkel e François Hollande começou com uma visita ao museu do Louvre, à exposição "Da Alemanha, 1800-1939", que desencadeou polêmicas na Alemanha, onde a imprensa denunciou uma visão estereotipada e simplista.

O Louvre apresenta "sua própria história da Alemanha e essa história confirma todos os clichês do vizinho sombrio e romântico-perigoso", escreveu o jornal conservador Allgemeine Zeitung (FAZ).

Em seguida, eles receberam um relatório sobre a competitividade e o crescimento na Europa preparado pelos empresários Jean-Louis Beffa (Saint-Gobain) e Gerhard Cromme (Siemens).

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O relatório Beffa-Cromme contém cerca de 30 propostas sobre política energética, comercial, fiscal, investimentos, energia e concorrência. Os dois países decidirão até a cúpula europeia do final de junho quais delas serão aplicadas.

A visita de Merkel a Paris terminou logo após a coletiva de imprensa, com um jantar de trabalho.

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