postado em 31/05/2013 15:52
VIENA - A Opep concordou nesta sexta-feira (31/5) em manter sua quota de produção em 30 milhões de barris por dia, apesar do risco de que uma queda da demanda mundial reduza suas receitas, ao mesmo tempo em que minimizou o impacto do petróleo de xisto produzido nos Estados Unidos.
"Todos entraram de acordo para manter o nível de produção (...) Temos que defender o preço" do barril, disse o ministro venezuelano do petróleo, Rafael Ramírez, ao sair de uma reunião de mais de três horas com seus colegas dos 12 países do grupo, que produzem cerca de 35% do petróleo mundial.
O corte das quotas de produção favoreceria o aumento do preço do barril e, por consequência, a receita dos membros do cartel, uma posição defendida em algumas ocasiões por países como Iraque, que precisa de capital para financiar sua reconstrução.
A Opep, que reúne estados produtores de petróleo do Oriente Médio, África e da América Latina (Venezuela e Equador), optou finalmente pelo status quo, por temer as consequências negativas de um aumento do petróleo para a frágil economia mundial.
"A relativa estabilidade dos preços em 2013 indica que o mercado está abastecido adequadamente e que as flutuações periódicas de preços são um reflexo da situação geopolítica", disse a organização em um comunicado.
"Estamos observando o mercado porque a situação econômica na União Europeia é difícil e quando voltarmos a nos reunir, em dezembro, teremos mais elementos", acrescentou Ramírez.
A Opep acredita que a demanda se manterá nos próximos meses. "Nossas previsões para o terceiro e quarto trimestre do ano são positivas", disse Abdullah el-Badri, secretário geral da organização, que prevê uma demanda mundial de petróleo em 2013 de 89,7 milhões de barris por dia.
O cartel reconheceu assim que os riscos para a economia mundial, sobretudo, nos países desenvolvidos, "ainda serão determinados". Uma análise que coincide com a da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que, esta semana, reduziu suas previsões de crescimento expondo a crise persistente na Europa e a desaceleração da economia chinesa, o segundo consumidor de petróleo do mundo atrás dos Estados Unidos.
O acordo para manter as quotas era esperado desde o começo da semana, quando a Arábia Saudita, o país mais influente da Opep e líder de fato do cartel, disse que a situação do mercado, com um barril próximo dos 100 dólares, era "satisfatória".
A principal preocupação dos países membros é manter esse preço mínimo de 100 dólares que garantisse "um preço justo para nossos recursos naturais", lembrou o ministro venezuelano. Em abril, o preço do petróleo caiu brevemente abaixo desta marca simbólica.
Os países da Opep não chegaram, contudo, a um acordo sobre o sucessor do atual secretário geral da organização El Badri, no cargo desde 2007 por falta de acordo, apesar de terem sido definidos os critérios para o cargo que pode ser decidido em dezembro. Petróleo de xisto, "evolução e não revolução"
Outro tema discutido pelos países da Opep é o impacto do petróleo de xisto, um petróleo não convencional produzido nos Estados Unidos que, segundo a Agência Intencional de Energia (AIE), poderia significar um choque para o mercado mundial e empurrar os preços para a queda.
"Estamos vigiando de perto, mas não vemos como uma revolução, mas sim como uma evolução", disse el-Badri.
No momento, o auge do petróleo de xisto afeta principalmente Angola e Nigéria, os dois países da Opep mais dependentes de suas exportações para os Estados Unidos e que já estão buscando novos mercados, informou o secretário geral.
"Os Estados Unidos sempre tiveram suas fontes de energia próprias. Quanto petróleo de xisto estão produzindo? Pouco", sentenciou o ministro equatoriano de Recursos Naturais Não Renováveis, Pedro Merizalde, que participava pela primeira vez de uma reunião da Opep.
Os especialistas não estão de acordo sobre o impacto deste novo tipo de petróleo a curto e médio prazo e alguns preveem que seu custo de produção, muito superior ao do petróleo convencional, o impedirá de ser competitivo no mercado global.
"Todos entraram de acordo para manter o nível de produção (...) Temos que defender o preço" do barril, disse o ministro venezuelano do petróleo, Rafael Ramírez, ao sair de uma reunião de mais de três horas com seus colegas dos 12 países do grupo, que produzem cerca de 35% do petróleo mundial.
O corte das quotas de produção favoreceria o aumento do preço do barril e, por consequência, a receita dos membros do cartel, uma posição defendida em algumas ocasiões por países como Iraque, que precisa de capital para financiar sua reconstrução.
A Opep, que reúne estados produtores de petróleo do Oriente Médio, África e da América Latina (Venezuela e Equador), optou finalmente pelo status quo, por temer as consequências negativas de um aumento do petróleo para a frágil economia mundial.
"A relativa estabilidade dos preços em 2013 indica que o mercado está abastecido adequadamente e que as flutuações periódicas de preços são um reflexo da situação geopolítica", disse a organização em um comunicado.
"Estamos observando o mercado porque a situação econômica na União Europeia é difícil e quando voltarmos a nos reunir, em dezembro, teremos mais elementos", acrescentou Ramírez.
A Opep acredita que a demanda se manterá nos próximos meses. "Nossas previsões para o terceiro e quarto trimestre do ano são positivas", disse Abdullah el-Badri, secretário geral da organização, que prevê uma demanda mundial de petróleo em 2013 de 89,7 milhões de barris por dia.
O cartel reconheceu assim que os riscos para a economia mundial, sobretudo, nos países desenvolvidos, "ainda serão determinados". Uma análise que coincide com a da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que, esta semana, reduziu suas previsões de crescimento expondo a crise persistente na Europa e a desaceleração da economia chinesa, o segundo consumidor de petróleo do mundo atrás dos Estados Unidos.
O acordo para manter as quotas era esperado desde o começo da semana, quando a Arábia Saudita, o país mais influente da Opep e líder de fato do cartel, disse que a situação do mercado, com um barril próximo dos 100 dólares, era "satisfatória".
A principal preocupação dos países membros é manter esse preço mínimo de 100 dólares que garantisse "um preço justo para nossos recursos naturais", lembrou o ministro venezuelano. Em abril, o preço do petróleo caiu brevemente abaixo desta marca simbólica.
Os países da Opep não chegaram, contudo, a um acordo sobre o sucessor do atual secretário geral da organização El Badri, no cargo desde 2007 por falta de acordo, apesar de terem sido definidos os critérios para o cargo que pode ser decidido em dezembro. Petróleo de xisto, "evolução e não revolução"
Outro tema discutido pelos países da Opep é o impacto do petróleo de xisto, um petróleo não convencional produzido nos Estados Unidos que, segundo a Agência Intencional de Energia (AIE), poderia significar um choque para o mercado mundial e empurrar os preços para a queda.
"Estamos vigiando de perto, mas não vemos como uma revolução, mas sim como uma evolução", disse el-Badri.
No momento, o auge do petróleo de xisto afeta principalmente Angola e Nigéria, os dois países da Opep mais dependentes de suas exportações para os Estados Unidos e que já estão buscando novos mercados, informou o secretário geral.
"Os Estados Unidos sempre tiveram suas fontes de energia próprias. Quanto petróleo de xisto estão produzindo? Pouco", sentenciou o ministro equatoriano de Recursos Naturais Não Renováveis, Pedro Merizalde, que participava pela primeira vez de uma reunião da Opep.
Os especialistas não estão de acordo sobre o impacto deste novo tipo de petróleo a curto e médio prazo e alguns preveem que seu custo de produção, muito superior ao do petróleo convencional, o impedirá de ser competitivo no mercado global.