postado em 03/06/2013 08:33
A piora das contas públicas tornou o controle das despesas correntes da União ainda mais importante para a estabilidade econômica. Como ocorre todo ano, o governo definiu o corte do Orçamento de 2013 com a renovada promessa de atacar gastos de custeio e de preservar programas sociais e investimentos. Mas especialistas acreditam que a gastança continuará driblando medidas de austeridade, sobretudo em razão do ingresso de mais servidores, com ou sem concurso, no serviço federal. Para piorar, o contingenciamento de R$ 28 bilhões, anunciado no mês passado, ficou bem abaixo dos mais de R$ 50 bilhões retidos em 2011 e em 2012.
[SAIBAMAIS];O custeio da máquina pública deveria ser o aspecto mais fácil de controlar do Orçamento, por exigir apenas bom senso e atenção aos desperdícios. Na prática, contudo, acaba valendo a premissa de que despesas correntes também são as mais elásticas e suscetíveis à pressão política, com nomeações, viagens e consumo da burocracia;, analisa Felipe Salto, da Consultoria Tendências. Com isso, o viés expansionista deve continuar via gastos de custeio, apesar do discurso oficial noutra direção. Se se considerar que 2014 é ano eleitoral, as despesas devem se acelerar, e só o combate à inflação e a necessidade de investir podem conter a curva.