Agência France-Presse
postado em 06/06/2013 15:27
BRUXELAS - A Comissão Europeia "diverge totalmente" de alguns pontos fundamentais do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o primeiro resgate à Grécia (2010), voltando a enfrentar a instituição.
"Estamos em total desacordo com a ideia de que não foram feitos os esforços necessários para identificar as reformas estruturais e impulsionar o crescimento", disse o porta-voz comunitário, Simon O;Connor.
O FMI admitiu em um relatório divulgado na quarta-feira (5/6) importantes erros em 2010, mas também culpa seus sócios gregos e europeus por eles, afirmando que não estavam preparados para a crise e as difíceis decisões que tinham que tomar. Entre as críticas, a análise menciona a resistência dos países da zona euro a que o perdão da dívida pública nas mãos de investidores privados não fosse aplicado antes.
O Fundo disse ainda que havia problemas de coordenação com Bruxelas e o BCE sobre esse primeiro resgate de 110 bilhões de euros. Os problemas europeus preocupavam mais a Comissão do que a própria situação grega, segundo o relatório.
O FMI participou desse resgate junto com a União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu (BCE), o grupo conhecido como a ;troika;, e quando este fracassou, voltou a participar em 2012.
O segundo resgate implicou um perdão de 100 bilhões de euros da dívida contraída com credores do setor privado. No que qualificou como uma "reação muito preliminar", O;Connor afirmou que o objetivo do resgate grego de 2010 era "garantir a permanência da Grécia na zona do euro".
A CE considerou o relatório publicado pelo FMI como não oficial e que "foi realizado por técnicos". Nesta quinta-feira (6/6), o FMI amenizou o relatório ao garantir que a troika funcionou e funciona bem. Com "nossos sócios europeus, aprendemos, nos adaptamos e acredito que o programa atual reflete isso", afirmou o porta-voz do FMI, Gerry Rice.
Contudo, esta não é a primeira vez que o FMI e a CE discordam em suas análises ou no mea culpa: no começo do ano, o economista chefe do Fundo, Olivier Blanchard, afirmou (em um relatório elaborado conjuntamente com Daniel Leigh) que os pronósticos do FMI subestimaram o impacto da austeridade nos países europeus. Ou seja, que a austeridade tinha agravado a recessão mais que o previsto.
Nesse caso, o relatório também não refletia a posição oficial do FMI. Um dos momentos de maior tensão entre o FMI e a UE aconteceu durante o polêmico resgate do Chipre em março.
A troika foi muito criticada por sua gestão do resgate de 17 bilhões de euros ao Chipre, equivalente ao PIB da ilha, que, em um primeiro momento, previa taxar os depositantes de menos de 100.000 euros, o que é ilegal segundo a garantia de depósitos europeia.
O acordo foi rejeitado pelo Parlamento cipriota, deixando em evidência a falta de coordenação entre a troika e as autoridades da ilha.
O Eurogrupo teve que aprovar um segundo plano de resgate para o país, que prevê que as perdas sejam assumidas pelos depositantes com mais de 100.000 euros, acionistas e portadores de títulos da dívida juniores e seniores.
As diferenças entre o FMI, que contribuirá com 1 bilhão de euros ao resgate, e os europeus, levaram a ser cogitado o fim da troika para os futuros resgates.
Para o BCE, "em um futuro a mais longo prazo, penso que deveríamos voltar a um sistema pleno da UE", disse J;rg Asmussen, membro do comitê executivo do Banco Central Europeu (BCE).
Esse momento chegará "quando o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) for uma instituição plena da UE", disse. Contudo, uma fonte europeia destacou nesta quinta-feira que isso não é uma opção, no momento. "Isso é uma opção a explorar no futuro, é preciso ver como as coisas evoluem", disse.
"Não agora, quando temos planos de resgate em curso, nem no futuro próximo", caso outro país europeu necessite de ajuda financeira, concluiu.
"Estamos em total desacordo com a ideia de que não foram feitos os esforços necessários para identificar as reformas estruturais e impulsionar o crescimento", disse o porta-voz comunitário, Simon O;Connor.
O FMI admitiu em um relatório divulgado na quarta-feira (5/6) importantes erros em 2010, mas também culpa seus sócios gregos e europeus por eles, afirmando que não estavam preparados para a crise e as difíceis decisões que tinham que tomar. Entre as críticas, a análise menciona a resistência dos países da zona euro a que o perdão da dívida pública nas mãos de investidores privados não fosse aplicado antes.
O Fundo disse ainda que havia problemas de coordenação com Bruxelas e o BCE sobre esse primeiro resgate de 110 bilhões de euros. Os problemas europeus preocupavam mais a Comissão do que a própria situação grega, segundo o relatório.
O FMI participou desse resgate junto com a União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu (BCE), o grupo conhecido como a ;troika;, e quando este fracassou, voltou a participar em 2012.
O segundo resgate implicou um perdão de 100 bilhões de euros da dívida contraída com credores do setor privado. No que qualificou como uma "reação muito preliminar", O;Connor afirmou que o objetivo do resgate grego de 2010 era "garantir a permanência da Grécia na zona do euro".
A CE considerou o relatório publicado pelo FMI como não oficial e que "foi realizado por técnicos". Nesta quinta-feira (6/6), o FMI amenizou o relatório ao garantir que a troika funcionou e funciona bem. Com "nossos sócios europeus, aprendemos, nos adaptamos e acredito que o programa atual reflete isso", afirmou o porta-voz do FMI, Gerry Rice.
Contudo, esta não é a primeira vez que o FMI e a CE discordam em suas análises ou no mea culpa: no começo do ano, o economista chefe do Fundo, Olivier Blanchard, afirmou (em um relatório elaborado conjuntamente com Daniel Leigh) que os pronósticos do FMI subestimaram o impacto da austeridade nos países europeus. Ou seja, que a austeridade tinha agravado a recessão mais que o previsto.
Nesse caso, o relatório também não refletia a posição oficial do FMI. Um dos momentos de maior tensão entre o FMI e a UE aconteceu durante o polêmico resgate do Chipre em março.
A troika foi muito criticada por sua gestão do resgate de 17 bilhões de euros ao Chipre, equivalente ao PIB da ilha, que, em um primeiro momento, previa taxar os depositantes de menos de 100.000 euros, o que é ilegal segundo a garantia de depósitos europeia.
O acordo foi rejeitado pelo Parlamento cipriota, deixando em evidência a falta de coordenação entre a troika e as autoridades da ilha.
O Eurogrupo teve que aprovar um segundo plano de resgate para o país, que prevê que as perdas sejam assumidas pelos depositantes com mais de 100.000 euros, acionistas e portadores de títulos da dívida juniores e seniores.
As diferenças entre o FMI, que contribuirá com 1 bilhão de euros ao resgate, e os europeus, levaram a ser cogitado o fim da troika para os futuros resgates.
Para o BCE, "em um futuro a mais longo prazo, penso que deveríamos voltar a um sistema pleno da UE", disse J;rg Asmussen, membro do comitê executivo do Banco Central Europeu (BCE).
Esse momento chegará "quando o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) for uma instituição plena da UE", disse. Contudo, uma fonte europeia destacou nesta quinta-feira que isso não é uma opção, no momento. "Isso é uma opção a explorar no futuro, é preciso ver como as coisas evoluem", disse.
"Não agora, quando temos planos de resgate em curso, nem no futuro próximo", caso outro país europeu necessite de ajuda financeira, concluiu.