Economia

Governo catalão pede limite maior de déficit público a Madri

O nacionalista Artur Mas pediu ao executivo espanhol de Mariano Rajoy uma margem de déficit público mais amplo para sua região, asfixiada pela crise e sacudida pelo fervor independentista

Agência France-Presse
postado em 11/06/2013 16:30
Madri - O presidente do governo autônomo catalão, o nacionalista Artur Mas, pediu nesta terça-feira (11/6) ao executivo espanhol de Mariano Rajoy uma margem de déficit público mais amplo para sua região, asfixiada pela crise e sacudida pelo fervor independentista.

Contudo, a coalizão nacionalista conservadora CiU, que ainda não tem um orçamento aprovado para 2013, afirmou que não pode elaborá-lo se Madri não aumentar o objetivo de déficit público para as regiões, atualmente fixado em 1,2% de seu PIB.

Se "fizermos um orçamento baseado na cifra que nos passaram de Madri, isso significaria o atestado de óbito do estado de bem-estar na Catalunha", afirmou o líder catalão, enfrentando o executivo espanhol em sua intenção de realizar uma consulta soberana em 2014 nesta região do nordeste do país.

Ele avisou que a região "está chegando ao limite de seus esforços do ponto de vista da austeridade", lembrando que, em dois anos, reduziu em mais da metade o déficit público (de 4,57% em 2010 a 1,96% em 2012) e economizou 5 bilhões de euros de gasto público.



Por isso, o governo de Catalunha, que já foi o motor econômico da Espanha e atualmente uma de suas regiões mais endividadas, pede que o déficit permitido às regiões autônomas seja um terço do global, já que assumem um terço do gasto público.

Recentemente, Bruxelas aceitou aumentar o objetivo espanhol a 6,5% do PIB, e a Catalunha reclama um limite em torno de 2%, adaptado às circunstâncias das regiões, que administram serviços públicos chave como a educação ou a saúde.

Vários líderes regionais do Partido Popular de Rajoy mostraram suas divergências a um déficit "a la carte" para Catalunha e outras comunidades com desequilíbrios orçamentários, como Valencia, no leste da Espanha, que terminou 2012 com um déficit de 3,52%.

Por sua vez, o executivo de Mariano Rajoy ainda não se decidiu, apesar de que, segundo a imprensa espanhola, poderia deferir o pedido catalão.

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