Economia

Alta da intenção de consumo não significa recuperação do índice, diz CNC

Após três meses consecutivos de queda, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou alta de 1,9% em relação a maio

postado em 18/06/2013 15:16
Rio de Janeiro ; Após três meses consecutivos de queda, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado nesta terça-feira (18/6) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou alta de 1,9% em relação a maio. Para o economista Bruno Fernandes, da CNC, o resultado não significa recuperação do indicador; pode ser atribuído a uma base de comparação fraca, uma vez que maio mostrou o pior índice da série histórica, iniciada em 2010, com queda de 2,2%.

;A gente não olha o ICF de junho como uma reversão (da tendência de queda). É mais um fator pontual;, disse Fernandes à Agência Brasil. Na variação anual, o ICF apresentou queda de 3,8% em comparação a junho de 2012. A análise por faixas de renda revela que o resultado mensal do índice foi sustentado, em especial, pela elevação da confiança das famílias com rendimento acima de dez salários mínimos (%2b2,8%). As famílias com renda abaixo de dez mínimos apresentaram variação positiva de 1,7%. Os dados regionais mostram que o avanço do índice foi impulsionado pelas capitais do Nordeste e do Sudeste, com altas de 2,7% e 2,6%, respectivamente.

A perspectiva do aumento da inflação também afetou os componentes de intenção de consumo. A pesquisa constata que as famílias continuam mostrando menos otimismo em relação ao emprego, o que acaba refletindo sobre o índice de intenção de consumo. Esse fato tem sido observado nos últimos meses. ;A gente percebe que, na comparação anual, houve queda nos componentes relacionados ao mercado de trabalho. Isso se dá, principalmente, pelas incertezas do cenário econômico. A gente tem uma economia seguindo em ritmo mais lento, mais moderado. Ao mesmo tempo, temos um processo inflacionário e isso faz com que as famílias se sintam menos confiantes na manutenção dos seus empregos;, disse o economista.



Por isso, mais uma vez, junho apresentou os componentes relativos ao mercado de trabalho em queda, na comparação anual. O indicador de perspectiva profissional caiu 4,3% em relação a junho do ano passado e o de emprego atual teve retração de 1,7%, na mesma comparação. Acompanhando o quadro, o item perspectiva de consumo mostrou recuo de 5,5% na comparação anual. Apesar disso, a maior parte das famílias (59,2%) considera positivo o cenário para o próximo semestre.

A CNC estima para os próximos meses estabilidade do ICF, ou até uma alta dos componentes do índice, na variação mensal. ;A gente espera um arrefecimento dos preços de alimentos, que dê um certo alívio nos próximos meses. Isso vai impactar diretamente sobre o poder de compra das famílias e elas podem acusar um resultado mais positivo;. Bruno Fernandes advertiu, porém, que o cenário previsto para o longo do ano é de moderação. ;Tanto é que a gente espera que o crescimento do comércio seja em torno de 4,3%, muito abaixo do que foi no ano passado (8,5%);, disse.

A pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias é um indicador que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. A cada mês, são analisados 18 mil questionários, em todas as unidades da Federação.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação