Economia

Ministros das Finanças se reúnem para debater união bancária europeia

Os ministros dos 17 países da zona do euro se encontram na quinta-feira (20/6) à tarde em Luxemburgo

Agência France-Presse
postado em 19/06/2013 19:23
BRUXELAS - Os ministros europeus de Finanças se reúnem na quinta (20/6) e na sexta-feira (21/6) em Luxemburgo para debater as próximas etapas da união bancária europeia, em particular a recapitalização direta dos bancos pelo fundo de resgate da zona do euro e as novas regras para salvá-los ou liquidá-los sem recorrer a fundos públicos.

Os ministros dos 17 países da zona do euro se encontram na quinta-feira (20/6) à tarde em Luxemburgo e, na sexta-feira, se unem a eles seus homólogos dos outros dez membros da União Europeia.

Estão previstos longos, complexos e técnicos debates que podem durar até a madrugada de sexta-feira, segundo várias fontes. "Vamos preparar sanduíches para a noite de sexta-feira", brincou uma fonte diplomática.

A reunião se centrará no tema da recapitalização direta dos bancos em dificuldades pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).

Uma quantia de 500 bilhões de euros está reservada para isso, em fundos que podem ser emprestados. Essa quantia oscilaria "entre 50 e 70 bilhões de euros" segundo um responsável europeu.

Um acordo pode ser obtido na quinta-feira sobre essa recapitalização direta dos bancos pelo MEDE, antecipou na terça-feira, em Paris, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

Os ministros europeus de Finanças estão, "em minha opinião, tecnicamente prontos para um acordo sobre as regras referentes à recapitalização direta dos bancos", declarou o comissário. "Fizemos importantes progressos", disse.

Em relação à retroatividade desta medida, da qual a Alemanha é reticente, Rehn disse que também neste aspecto é possível um acordo.

Trata-se de saber em que medida o mecanismo pode ser aplicado a países que já se beneficiaram de um programa de ajuda, em especial para seu setor bancário, como foi o caso da Irlanda, Grécia e Espanha.

Este tema da retroatividade interessa, em particular, à Espanha, onde a difícil situação dos bancos concentrou todas as preocupações dos mercados em 2012.



A zona do euro concedeu então um plano de ajuda para esse setor espanhol de 100 bilhões de euros, dos quais 41,3 bilhões foram entregues.

Em todo o caso, a recapitalização direta só poderá ser aplicada quando o supervisor único da zona do euro seja estiver operacional, sob a égide do Banco Central Europeu (BCE), o que, certamente, não ocorrerá antes do verão do hemisfério norte de 2014.

Para completar este dispositivo, os ministros europeus - desta vez todos os 27 - discutirão na sexta-feira outro pilar da união bancária: a implantação de normas comuns para resgatar ou liquidar de forma organizada os bancos em dificuldades, incluindo recorrer a dinheiro público.

Depois de vários debates, os europeus já concordaram quem pagará e em que ordem: primeiro os acionistas, depois os credores não assegurados, depois, se for necessário, os detentores de obrigações chamadas "sêniores" e, finalmente, os depositantes, acima da quantia de 100.000 euros.

Os depósitos inferiores a esta soma ficam à margem, sobretudo, após o trauma gerado pelo primeiro plano de resgate no Chipre, que previu taxar todos os depósitos.

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