postado em 20/06/2013 17:23
Brasília ; A permanência da instabilidade no mercado financeiro fará o Tesouro Nacional continuar com a compra de títulos públicos. Amanhã (21), o Tesouro fará mais leilões extraordinários para adquirir papéis prefixados (com juros definidos com antecedência) e corrigidos pela inflação atualmente nas mãos de investidores.Hoje (20), o Tesouro comprou R$ 857,49 milhões. Deste total, R$ 588,48 milhões corresponderam a NTN-F (Nota do Tesouro Nacional, série F) com vencimento em 2018 e R$ 269,21 milhões corresponderam a LTN (Letra do Tesouro Nacional) com vencimento em 2016 e 2017. Os dois tipos de papéis são prefixados. Também houve leilões extraordinários de NTN-B, título vinculado à inflação, mas o resultado ainda não foi divulgado.
Há pouco, o Tesouro informou que voltará a comprar NTN-F, LTN e NTN-B. De acordo com técnicos do órgão, os leilões são necessários porque, em momentos de turbulência financeira, as taxas dos títulos tendem a se descolar dos fundamentos da economia brasileira.
Segundo o Tesouro, a instabilidade faz o aplicador ter a sensação de que está perdendo dinheiro ao manter o título. No entanto, na hora de se desfazer do papel, o investidor não encontra compradores que ofereçam preço justo. Nessas horas, então, é necessário o Tesouro recomprar os títulos para fornecer um referencial de preços e taxas de juros.
No caso dos títulos prefixados, a tensão é maior porque os juros pagos aos investidores (taxa de retorno) são definidos com antecedência e não variam conforme as oscilações do mercado e da economia. Quem compra agora um papel desse tipo sabe exatamente quanto receberá daqui a vários anos. No momento em que os juros dos títulos aumentam por causa da turbulência financeira, os investidores com esses papéis temem ter ainda mais prejuízo porque a taxa de retorno não pode mudar.
O dinheiro para recompra dos títulos virá, na maior parte, do colchão da dívida pública, recursos que o Tesouro tem guardados para usar em momentos de crise. Esse instrumento foi usado em 2005, 2006 e 2008, quando estourou a crise financeira internacional.
Por meio dos títulos da dívida pública, o Tesouro Nacional vende papéis para arrecadar dinheiro dos investidores e honrar os compromissos de curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver a quantia com algum acréscimo. A correção pode ser prefixada (com juros determinados no momento da emissão) ou seguir a inflação, a taxa Selic (juros básicos da economia) ou o dólar.