postado em 21/06/2013 13:41
Os investimentos de estrangeiros em títulos de renda fixa no Brasil, em junho, até o dia 19, já superaram o resultado de janeiro a maio deste ano. Os dados preliminares deste mês mostram que esses investimentos chegaram a US$ 4,913 bilhões. Nos cinco meses do ano, foram US$ 4,17 bilhões. A maior entrada desses recursos é devido à decisão do governo, anunciada no dia 4 deste mês, de isentar de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) os investimentos estrangeiros em renda fixa no país.[SAIBAMAIS]Já os dados preliminares de investimentos estrangeiros em ações no país mostram que houve saída líquida (descontada a entrada) de recursos de US$ 3,5 bilhões. De janeiro a maio, houve entrada de US$ 9,705 bilhões. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, é possível que os investidores estejam migrando das aplicações em ações para renda fixa, devido à isenção do IOF. ;É possível que o resultado parcial de junho, com saída de ações e ingresso de renda fixa, em alguma medida esteja espelhando isso;, disse.
O BC também informou nesta sexta-feira (21/6) que o saldo da entrada e saída de dólares do país do segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) ficou negativo em US$ 209 milhões, neste mês, até 19. Nesse mesmo período, o fluxo comercial (relacionado a operações de exportações e importações) também ficou negativo, em US$ 488 milhões. Com isso, o fluxo cambial, nesse período, registra saldo negativo de US$ 697 milhões.
O governo adotou a medida de zerar o IOF sobre renda fixa para tentar conter a alta do dólar no país. Quando entram mais dólares no país, a tendência é que a cotação da moeda caia. Mas, os dados preliminares deste mês mostram mais saídas que entradas de dólar, o que não ajuda a conter a alta do dólar. Além dessa medida, o governo zerou o IOF das operações de compra e venda de dólar no mercado futuro. O objetivo foi reduzir as barreiras à venda de dólares no mercado futuro.
O BC também tem atuado para suavizar a alta da moeda, com intervenções no mercado de câmbio. O BC tem feito leilões de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Ontem (20), o BC também fez um leilão de venda de dólares com compromisso de recompra. Mesmo assim, ontem o dólar comercial subiu 1,69%, encerrando a sessão a R$ 2,258 para venda. Foi o quinto dia seguido que o câmbio se desvalorizou e a maior cotação desde 1; de abril de 2009, quando o dólar tinha fechado em R$ 2,281 para venda.