Agência France-Presse
postado em 21/06/2013 15:14
SÃO PETERSBURGO - A Rússia irá fornecer petróleo para a China por 270 bilhões de dólares durante os próximos 25 anos, duplicando as exportações de petróleo para seu vizinho e confirmando as ambições de conquista do mercado asiático.
O documento faz parte de uma série de importantes acordos concluídos no fórum econômico internacional de São Petersburgo no setor dos hidrocarbonetos, que garante mais da metade das receitas do orçamento federal. Esta série de acordos terá a consequência simbólica de romper com o monopólio da Gazprom para as exportações de gás.
Eles dão, além disso, acesso aos grupos chineses à exploração de jazidas tanto de petróleo como de gás, em especial no Ártico russo. "Trata-se, na verdade, de uma nova era de cooperação", disse o presidente russo Vladimir Putin. "Passamos de relações baseadas unicamente na entrega de matérias-primas a uma cooperação completa na produção e tecnologia", acrescentou.
No total, o grupo público Rosneft entregará, este ano, 365 milhões de toneladas à companhia chinesa CNPC, disse, nesta sexta-feira pela manhã, à imprensa, o presidente do grupo, Igor Setchin.
Esses novos volumes representam em média um pouco menos que os 15 milhões de toneladas por ano em média, em todo o período - excepcionalmente longo - do contrato, ou seja, o equivalente do que já está previsto pelos contratos existentes entre os dois países. Isso representa 300.000 barris por dia a mais que serão enviados para a China.
Estas quantidades podem parecer relativamente modestas em relação à produção da Rússia, o primeiro produtor de petróleo do mundo junto com a Arábia Saudita, com 10 milhões de barris por dia, dos quais a metade é destinada à exportação. Contudo, "a alta das exportações de petróleo é reflexo de um deslocamento estratégico importante rumo ao leste para a Rússia", comentou esta semana em uma nota o centro de análise Eurasia Group.
A Europa recebe atualmente cerca de três quartos das vendas de petróleo russo ao exterior. Contudo, o Velho Continente está mergulhado em uma crise econômica que pesa na demanda de energia e as relações entre Rússia e os países ocidentais são tensas, tanto pelo caso sírio como pelos direitos humanos. As novas jazidas lançadas para a exploração pela Rússia se encontram, além disso, em sua maioria no Extremo Oriente e o país investiu consideravelmente em infraestrutura nesta região.
A Rússia colocou em funcionamento, no final de dezembro, o segundo trecho do oleoduto Sibéria-Pacífico, um duto com capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano e, no futuro, 50 milhões, para o mar do Japão. Os contratos assinados nesta sexta-feira reforçam igualmente as relações no setor de gás.
A CNPC comprará 20% do projeto de usina de liquefação de gás empreendida pelo grupo privado Novatek, aliado ao francês Total, na península de Iamal, no Ártico russo. Em troca, a companhia pública chinesa se compromete a ajudar seu sócio a encontrar financiamentos para trabalhar nesta área pouco hospitaleira, onde têm que cooperar também com a Rosneft.
Se compromete também, a longo prazo, a comprar três milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano desta usina, de uma capacidade total de 16,5 milhões de toneladas por ano. Rosneft também assinou contratos que preveem exportações de GNL a partir de 2019 para as japonesas Marubeni (1,25 milhão de toneladas por ano) e Sodeco (1 milhão).
Estas compras obrigarão a Rússia a abrir as exportações de gás a outros produtores além do Gazprom, que fez todo o possível, nos últimos meses, para impedi-las e que negocia há anos um contrato com a China. Vladimir Putin afirmou, nesta sexta-feira, que esta liberalização permitiria "utilizar na totalidade o potencial de extração de gás" no Ártico.
Eles dão, além disso, acesso aos grupos chineses à exploração de jazidas tanto de petróleo como de gás, em especial no Ártico russo. "Trata-se, na verdade, de uma nova era de cooperação", disse o presidente russo Vladimir Putin. "Passamos de relações baseadas unicamente na entrega de matérias-primas a uma cooperação completa na produção e tecnologia", acrescentou.
No total, o grupo público Rosneft entregará, este ano, 365 milhões de toneladas à companhia chinesa CNPC, disse, nesta sexta-feira pela manhã, à imprensa, o presidente do grupo, Igor Setchin.
Esses novos volumes representam em média um pouco menos que os 15 milhões de toneladas por ano em média, em todo o período - excepcionalmente longo - do contrato, ou seja, o equivalente do que já está previsto pelos contratos existentes entre os dois países. Isso representa 300.000 barris por dia a mais que serão enviados para a China.
Estas quantidades podem parecer relativamente modestas em relação à produção da Rússia, o primeiro produtor de petróleo do mundo junto com a Arábia Saudita, com 10 milhões de barris por dia, dos quais a metade é destinada à exportação. Contudo, "a alta das exportações de petróleo é reflexo de um deslocamento estratégico importante rumo ao leste para a Rússia", comentou esta semana em uma nota o centro de análise Eurasia Group.
A Europa recebe atualmente cerca de três quartos das vendas de petróleo russo ao exterior. Contudo, o Velho Continente está mergulhado em uma crise econômica que pesa na demanda de energia e as relações entre Rússia e os países ocidentais são tensas, tanto pelo caso sírio como pelos direitos humanos. As novas jazidas lançadas para a exploração pela Rússia se encontram, além disso, em sua maioria no Extremo Oriente e o país investiu consideravelmente em infraestrutura nesta região.
A Rússia colocou em funcionamento, no final de dezembro, o segundo trecho do oleoduto Sibéria-Pacífico, um duto com capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano e, no futuro, 50 milhões, para o mar do Japão. Os contratos assinados nesta sexta-feira reforçam igualmente as relações no setor de gás.
A CNPC comprará 20% do projeto de usina de liquefação de gás empreendida pelo grupo privado Novatek, aliado ao francês Total, na península de Iamal, no Ártico russo. Em troca, a companhia pública chinesa se compromete a ajudar seu sócio a encontrar financiamentos para trabalhar nesta área pouco hospitaleira, onde têm que cooperar também com a Rosneft.
Se compromete também, a longo prazo, a comprar três milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano desta usina, de uma capacidade total de 16,5 milhões de toneladas por ano. Rosneft também assinou contratos que preveem exportações de GNL a partir de 2019 para as japonesas Marubeni (1,25 milhão de toneladas por ano) e Sodeco (1 milhão).
Estas compras obrigarão a Rússia a abrir as exportações de gás a outros produtores além do Gazprom, que fez todo o possível, nos últimos meses, para impedi-las e que negocia há anos um contrato com a China. Vladimir Putin afirmou, nesta sexta-feira, que esta liberalização permitiria "utilizar na totalidade o potencial de extração de gás" no Ártico.