Rosana Hessel
postado em 22/06/2013 07:49
As recentes e intensas altas do dólar ante o real levaram os economistas a reverem suas projeções de inflação para este ano. Caso a moeda norte-americana se mantenha acima de R$ 2,15, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será pelo menos 0,2 ponto percentual maior que o estimado até agora. Ou seja, em vez de 5,9%, pulará para 6,1%. Esse, porém, é o cenário mais otimista traçado pelos especialistas, já que a divisa dos Estados Unidos caminha rapidamente para perto de R$ 2,30. Desde o início de maio, o dólar já acumula valorização de 12,8%.;De fato, não tínhamos esse real desvalorizado no nosso cenário anterior. O último mês nos levou a refazer as contas, porque foi um movimento muito rápido. Agora, o quadro é desfavorável para a inflação;, disse o economista Elson Teles, do Itaú Unibanco. Segundo ele, no início do ano, a aposta era de que o dólar chegaria a dezembro entre R$ 2 e R$ 2,07. Mas hoje é mais provável um valor de R$ 2,15 ou mais.
Nesse nível, concordam os analistas, o repasse do câmbio para os consumidores será inevitável. Mas a força e o momento da transferência dependerão das condições do consumo interno. A alta do dólar tem duas origens. De um lado, a desconfiança dos investidores em relação aos rumos da economia brasileira. De outro, a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir os estímulos ao país mais rico do planeta.