postado em 27/06/2013 06:01
Os congelamentos de tarifas públicas de transportes e energia, motivados pela atual onda de manifestações, ameaçam o ambicioso pacote de concessões de infraestrutura. O Palácio do Planalto coloca todas as suas fichas nas licitações previstas para o segundo semestre, como forma de tirar a economia do marasmo, mas o impacto sofrido nos últimos dias pelas ações de concessionárias de serviços públicos na bolsa foi um sintoma de perdas ainda maiores.
Ao ceder ao apelo das ruas, os governos estaduais e municipais sinalizaram aos investidores que a remuneração de concessionária está ameaçada e a relação contratual ficou frágil. Daí o nervosismo verificado esta semana na Bolsa de Valores de São Paulo (BM). Para piorar, ontem a União, via Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também embarcou nessa tática, que acaba por elevar as pressões sobre seu próprio planejamento.
;Apesar de haver um grande interesse de investidores estrangeiros nos projetos, eles começam a olhá-los com mais moderação;, comentou Marlon Ieiri, advogado do escritório FHCunha e assessor de potenciais candidatos nos certames de grandes concessões. Ele acrescenta que a variação cambial também deixou o cenário ainda mais nebuloso para a rentabilidade dos contratos futuros, além do fantasma da ingerência política sobre os critérios para reajustes tarifários. Os ministros César Borges (Transportes) e Moreira Franco (Aviação Civil) descartam eventual perda de apetite dos investidores.