Agência France-Presse
postado em 05/07/2013 09:32
Lisboa - Os líderes portugueses prosseguiam nesta sexta-feira (5/7) com as negociações para solucionar a crise política diante da qual o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, mostrou-se confiante ao afirmar ter encontrado "uma fórmula" para superá-la e acalmar as inquietações dos mercados e da Europa. Depois de realizar longas reuniões na quinta-feira (4/7) com Paulo Portas, o ministro das Relações Exteriores cuja renúncia originou a crise, Passos Coelho anunciou ter encontrado "uma fórmula" para garantir a estabilidade do governo.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro português não informou seu conteúdo e indicou que ainda precisava discuti-la com Portas, líder do pequeno partido conservador CDS-PP, cuja aliança com o Partido Social-Democrata (PSD) de Passos Coelho permite à coalizão no poder desde 2011 ter a maioria no Parlamento. "Seja qual for o acordo que possa ser alcançado, não obterá a confiança do país nem dos mercados", afirmava o jornal "Diário de Notícias" em um editorial. Passos Coelho anunciou sua "fórmula" depois de se reunir com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, a quem tinha que apresentar uma solução para sair da crise. Aparentemente, o chefe de Estado, que não se pronunciou, não ficou convencido, já que, segundo várias hipóteses, deseja que Portas permaneça no governo, uma possibilidade a qual o primeiro-ministro não fez alusão.
Cavaco Silva, que tem o poder de dissolver a Assembleia, pode se pronunciar depois de receber na próxima segunda-feira os representantes dos partidos de extrema esquerda que, assim como o Partido Socialista, a principal formação opositora, exigem a renúncia do governo e eleições legislativas antecipadas. A crise que atinge Portugal nos últimos dias começou com a renúncia inesperada de Portas na terça-feira, 24 horas depois da renúncia, também de forma surpreendente, do ministro das Finanças, Vitor Gaspar, arquiteto do programa de reformas e austeridade que a troica de credores de Portugal exige em troca de um plano de resgate de 78 bilhões de euros entregues em maio de 2011.
Gaspar foi substituído por sua vice Maria Luis Albuquerque, uma escolha que reflete a vontade do primeiro-ministro de continuar com a austeridade. Portas, por sua vez, deseja uma mudança de política. Desde o início da crise, o primeiro-ministro mostrou-se confiante e afirmou ser "capaz de superar as dificuldades", depois que seus sócios europeus pediram responsabilidade. O presidente Cavaco Silva também tentava transmitir uma aparência de normalidade. Como estava previsto, devia participar de uma conferência sobre a "pós-troica" que deve reunir 30 economistas. O tema é de grande importância, já que a crise que atinge Portugal ameaça complicar o plano de resgate.
Em um contexto no qual a economia portuguesa deve retroceder 2,3% no fim do ano e o desemprego alcançar o recorde de 18,2%, os credores aceitaram duas vezes aliviar os objetivos orçamentários do governo concedendo como prazo até 2015 para reconduzir o déficit público ao limite de 3% exigido por Bruxelas. A partir de 15 de julho é esperada a chegada da troica a Portugal para examinar novamente as contas do país e validar uma reforma destinada a diminuir o gasto público em 4,7 bilhões de euros. Portas era o encarregado de apresentar esta reforma.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro português não informou seu conteúdo e indicou que ainda precisava discuti-la com Portas, líder do pequeno partido conservador CDS-PP, cuja aliança com o Partido Social-Democrata (PSD) de Passos Coelho permite à coalizão no poder desde 2011 ter a maioria no Parlamento. "Seja qual for o acordo que possa ser alcançado, não obterá a confiança do país nem dos mercados", afirmava o jornal "Diário de Notícias" em um editorial. Passos Coelho anunciou sua "fórmula" depois de se reunir com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, a quem tinha que apresentar uma solução para sair da crise. Aparentemente, o chefe de Estado, que não se pronunciou, não ficou convencido, já que, segundo várias hipóteses, deseja que Portas permaneça no governo, uma possibilidade a qual o primeiro-ministro não fez alusão.
Cavaco Silva, que tem o poder de dissolver a Assembleia, pode se pronunciar depois de receber na próxima segunda-feira os representantes dos partidos de extrema esquerda que, assim como o Partido Socialista, a principal formação opositora, exigem a renúncia do governo e eleições legislativas antecipadas. A crise que atinge Portugal nos últimos dias começou com a renúncia inesperada de Portas na terça-feira, 24 horas depois da renúncia, também de forma surpreendente, do ministro das Finanças, Vitor Gaspar, arquiteto do programa de reformas e austeridade que a troica de credores de Portugal exige em troca de um plano de resgate de 78 bilhões de euros entregues em maio de 2011.
Gaspar foi substituído por sua vice Maria Luis Albuquerque, uma escolha que reflete a vontade do primeiro-ministro de continuar com a austeridade. Portas, por sua vez, deseja uma mudança de política. Desde o início da crise, o primeiro-ministro mostrou-se confiante e afirmou ser "capaz de superar as dificuldades", depois que seus sócios europeus pediram responsabilidade. O presidente Cavaco Silva também tentava transmitir uma aparência de normalidade. Como estava previsto, devia participar de uma conferência sobre a "pós-troica" que deve reunir 30 economistas. O tema é de grande importância, já que a crise que atinge Portugal ameaça complicar o plano de resgate.
Em um contexto no qual a economia portuguesa deve retroceder 2,3% no fim do ano e o desemprego alcançar o recorde de 18,2%, os credores aceitaram duas vezes aliviar os objetivos orçamentários do governo concedendo como prazo até 2015 para reconduzir o déficit público ao limite de 3% exigido por Bruxelas. A partir de 15 de julho é esperada a chegada da troica a Portugal para examinar novamente as contas do país e validar uma reforma destinada a diminuir o gasto público em 4,7 bilhões de euros. Portas era o encarregado de apresentar esta reforma.